Emérito educador e inesquecível na
história de Garanhuns, com uma vida inteira dedicada ao sacerdócio e à direção
do Colégio Diocesano de Garanhuns. Filho do casal maravilhoso ‘Seu” Abílio e
“Dona” Emília Valença de quem sou suspeito para falar em virtude das razões de
grande afeto que sempre lastrearam a amizade de nossas famílias.
Mal se ordenou, recebeu do Bispo
Diocesano o encargo de Diretor do então “Gymnasio de Garanhuns” que assumiu de
imediato e manteve-se à frente até poucos anos antes de morrer, depois de
transmití-lo ao nosso querido amigo Prof. Albérico Fernandes. Vida ascética e
humilde, sempre de batina tradicional, residiu todo o tempo no próprio Colégio,
em quarto modesto com um mobiliário composto por uma cama Patente, uma mesa de
cabeceira e um armário, despojado de quaisquer bens materiais e nele caberia,
com extrema precisão, o epíteto de “POBREZA FRANCISCANA”.
Por sua postura junto aos seus
auxiliares, professores, alunos e ex-alunos, é o maior responsável pela mística
que se criou em torno do “Gymmnasio de Garanhuns” e mantinha, sem os recursos
tecnológicos da informática, uma mala direta de milhares de ex-alunos com quem
se comunicava habitualmente, através de textos manuscritos por ele próprio.
Foi também um grande administrador,
pois o colégio nunca deveu a ninguém; ampliou significativamente as instalações
do colégio durante toda sua administração; pagava em dia as obrigações e os
salários dos professores em espécie e colocado em singelos envelopes, e ainda
teve a visão estratégica suficiente para fundar, construir e instalar o Colégio
do Arraial que hoje tem o seu nome.
Milagre de talento econômico, uma
vez que nunca, MAS NUNCA MESMO, alguém deixou de estudar no Diocesano, por
faltar-lhe o dinheiro para pagamento da sua mensalidade.
Sem cultuar as acadêmicas ciências
e teorias pedagógicas e didáticas, revelou uma sabedoria incrível no que
concerne a formação da juventude do que é exemplo algumas histórias que prefiro
começar a contar de ora em diante, em face da dificuldade de biografá-lo, dada
a riqueza de sua personalidade.
A BOA
EXPERIÊNCIA DE JODEVAL COM PE. ADELMAR
Nosso estimado amigo Jodeval Duarte,
brilhante jornalista e escritor premiado, nunca esquece e vez por outra
relembra um caso seu ocorrido com o Pe.
Adelmar, quando aluno do Diocesano. Diz sempre que toda vez que pensa nisso
ainda morre de vergonha.
O Pe. Adelmar montou um sistema de controle
do comportamento e presença dos alunos que os obrigava, à cada falta, ir
apanhar um cartão que, após recolhido pelos censores, ficava em seu poder e
somente eram liberados pelos alunos infratores diretamente das mãos do Padre. O
procedimento dava-lhe a condição de repreendê-los de acordo com a reincidência,
a personalidade do infrator e a gravidade da falta cometida.
Jodeval conta que caiu um dia na malha e
obrigou-se a apanhar o seu cartão das mãos do Padre que, após identificá-lo,
olhou para ele com um terrível ar de desprezo, sem sequer levantar-se do seu birô
e entregou-lhe o cartão dizendo:
“QUE NOJO, UM FILHO DE LÚCIO DUARTE!”
Jodeval diz sempre que durante toda sua vida
nunca sofreu constrangimento maior!
São tantas histórias como essa...acho graça cada vez que escuto algum antigo aluno contando as trelas que fizeram e as broncas que levavam de tio padre. O melhor é que por pior que fosse a bronca,eles não ficavam com raiva e hoje até agradecem por tudo que aprenderam com ele.
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