domingo, 14 de dezembro de 2014

A NOTÁVEL FIGURA DE PADRE ADELMAR VALENÇA


Emérito educador e inesquecível na história de Garanhuns, com uma vida inteira dedicada ao sacerdócio e à direção do Colégio Diocesano de Garanhuns. Filho do casal maravilhoso ‘Seu” Abílio e “Dona” Emília Valença de quem sou suspeito para falar em virtude das razões de grande afeto que sempre lastrearam a amizade de nossas famílias.

Mal se ordenou, recebeu do Bispo Diocesano o encargo de Diretor do então “Gymnasio de Garanhuns” que assumiu de imediato e manteve-se à frente até poucos anos antes de morrer, depois de transmití-lo ao nosso querido amigo Prof. Albérico Fernandes. Vida ascética e humilde, sempre de batina tradicional, residiu todo o tempo no próprio Colégio, em quarto modesto com um mobiliário composto por uma cama Patente, uma mesa de cabeceira e um armário, despojado de quaisquer bens materiais e nele caberia, com extrema precisão, o epíteto de “POBREZA FRANCISCANA”.

Por sua postura junto aos seus auxiliares, professores, alunos e ex-alunos, é o maior responsável pela mística que se criou em torno do “Gymmnasio de Garanhuns” e mantinha, sem os recursos tecnológicos da informática, uma mala direta de milhares de ex-alunos com quem se comunicava habitualmente, através de textos manuscritos por ele próprio.

Foi também um grande administrador, pois o colégio nunca deveu a ninguém; ampliou significativamente as instalações do colégio durante toda sua administração; pagava em dia as obrigações e os salários dos professores em espécie e colocado em singelos envelopes, e ainda teve a visão estratégica suficiente para fundar, construir e instalar o Colégio do Arraial que hoje tem o seu nome.

Milagre de talento econômico, uma vez que nunca, MAS NUNCA MESMO, alguém deixou de estudar no Diocesano, por faltar-lhe o dinheiro para pagamento da sua mensalidade.

Sem cultuar as acadêmicas ciências e teorias pedagógicas e didáticas, revelou uma sabedoria incrível no que concerne a formação da juventude do que é exemplo algumas histórias que prefiro começar a contar de ora em diante, em face da dificuldade de biografá-lo, dada a riqueza de sua personalidade.

A BOA EXPERIÊNCIA DE  JODEVAL COM PE. ADELMAR

Nosso estimado amigo Jodeval Duarte, brilhante jornalista e escritor premiado, nunca esquece e vez por outra relembra um caso seu  ocorrido com o Pe. Adelmar, quando aluno do Diocesano. Diz sempre que toda vez que pensa nisso ainda morre de vergonha.

O Pe. Adelmar montou um sistema de controle do comportamento e presença dos alunos que os obrigava, à cada falta, ir apanhar um cartão que, após recolhido pelos censores, ficava em seu poder e somente eram liberados pelos alunos infratores diretamente das mãos do Padre. O procedimento dava-lhe a condição de repreendê-los de acordo com a reincidência, a personalidade do infrator e a gravidade da falta cometida.

Jodeval conta que caiu um dia na malha e obrigou-se a apanhar o seu cartão das mãos do Padre que, após identificá-lo, olhou para ele com um terrível ar de desprezo, sem sequer levantar-se do seu birô e entregou-lhe o cartão dizendo:

QUE NOJO, UM FILHO DE LÚCIO DUARTE!

Jodeval diz sempre que durante toda sua vida nunca sofreu constrangimento maior! 

 




Um comentário:

  1. São tantas histórias como essa...acho graça cada vez que escuto algum antigo aluno contando as trelas que fizeram e as broncas que levavam de tio padre. O melhor é que por pior que fosse a bronca,eles não ficavam com raiva e hoje até agradecem por tudo que aprenderam com ele.

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