segunda-feira, 27 de novembro de 2017

IML EM GARANHUNS

Provocado por matéria publicada por Kleber Cisneiros no Facebook, e que faz referência ao meu nome, acerca do anúncio de instalação de uma unidade do Instituto de Medicina Legal (IML) em Garanhuns, ao comentar a proliferação de uma alvoroçada “paternidade” sobre sua criação dessa unidade que nos faz muita falta e é matéria discutida ao longo de muitos anos.

A sua observação, meu caro Kleber, tem inteira pertinência, e leva-nos a crer que a Mãe” do projeto  devia ser uma despudorada mulher, em face da multiplicidade de pais que apareceram reivindicando uma relação com ela.

De minha parte, reconheço a minha estreita relação, mas nego qualquer responsabilidade minha ou medidas de qualquer efeito com essa retardada – mas feliz - criação do IML. Ninguém me deve nada, nem tenho nada a cobrar sobre o assunto. Todos sabem da minha luta em torno da instalação de uma Escola de Medicina, a FAMEG, junto a todos os órgãos envolvidos, estaduais e federais, no sentido de desobstruir a terrível campanha que se instalou, inclusive perante o Judiciário, encabeçada pelo Ministério Público, Simmepe, Cremepe e uma Associação Nacional de Faculdades Particulares liderada por Janguié Diniz, empresário particular e dirigente de uma das maiores e mais ricas estruturas de ensino do país (estranho, não ?).  

Em 2008, fui portador de uma mensagem da Instituição que dirigia a FAMEG, dirigida ao Governo do Estado, então governado por Eduardo Campos, em que ela assumia o compromisso de construir e instalar – ÀS SUAS EXPENSAS – uma unidade de Medicina Legal em Garanhuns, desde então, muito importante para o desenvolvimento racional das estruturas de saúde no Município, inclusive para o magistério de cursos médicos e para-médicos.

Foi exatamente em função dessa sabotagem que impediu o funcionamento da FAMEG, que o Governador Eduardo Campos assumiu a promessa E CUMPRIU a instalação de uma Faculdade de Medicina, a cargo da estrutura estadual da saúde, através da Universidade de Pernambuco – UPE, que a estrutura federal não pode impedir e que está aqui funcionando, muito bem obrigado!

Quem quiser dominar o assunto, é só procurar o nosso amigo Marcio Quirino, o maior lutador desta causa em nossa terra e a que dedicou boa parte de sua vida. Ele conhece e sabe toda essa história que estou falando.

Mais uma vez, chamo a atenção do povo de Garanhuns e de suas lideranças responsáveis, para aquele texto que escrevi sobre o “COMPLEXO DE BRUGUELOS”, em que observo a perda crescente e contínua do nosso município (Caímos de 2º para 14º lugar !), no concerto estadual de desenvolvimento, sem que se tome uma iniciativa justa e decente para compensar o prejuízo que estamos sofrendo, há longos e longos anos. Como aves famintas, bicos sequiosos para o alto no aguardo da ave-mãe, trazendo os restos de mesa para saciar a fome dos seus filhos, permanecemos no aguardo da iniciativa alheia para, ao final, berrarem uma pretensa e ridícula “paternidade” do feito !

Não conseguimos, sequer, olhar em nosso redor para averiguar o que está acontecendo em nossas paragens e identificar as nossas falhas. Pensamos “pequeno” e não conseguimos detectar onde erramos. Ficamos nessa ineficiente e dispensável disputa de paternidade que não leva a nada e não cria os elementos para um desenvolvimento forte e saudável de Garanhuns.

Alguns exemplos muito sérios: a) passa pela cabeça de alguém que se o retorno econômico do investimento de um Shopping Center fosse garantido, não teríamos já dois ou três funcionando em nossa cidade ? b) está construída e praticamente pronta uma UPA que custou milhões de reais ao governo Federal, conforme solicitação da Prefeitura, e todo dia, o Prefeito anuncia que não tem dinheiro para colocá-la em funcionamento, e pra que inventou ? c) quantas cidades de médio porte em Pernambuco, como Garanhuns, não dispõem de uma simples unidade municipal de atendimentos de emergência em saúde, e ninguém emite uma palavra a respeito ?

Vejam como é terrível a nossa omissão e como é fácil o surgimento e proliferação de “pais” de meninos bonitos, de olhos azuis e falando língua estrangeira! Triste, muito triste!       

sábado, 25 de novembro de 2017

A MIGRAÇÃO DOS DESVALIDOS AFRICANOS E DO ORIENTE MÉDIO


Essa atrasada revolta contra uma matéria de escravidão na Líbia, com pretensa responsabilização americana naquele país há meia dúzia de anos, é manobra diversionista para as reais causas da desconforme migração dos últimos tempos ocorrendo na Europa e que desassossega o mundo.

Quem leu, escutou, ou ouviu o pronunciamento do Papa Francisco perante o Parlamento Europeu em Dezembro de 2014 deve entender – fielmente – as verdadeiras causas dessa degradação universal que, de algum tempo para cá, transforma o Mediterrâneo em imenso cemitério de fugitivos da miséria africana e do Oriente próximo.

Esses que estão morrendo aos montes, todos os dias – sem registro sequer da imprensa internacional – são oriundos dos países da África e do Oriente, como fugitivos ou como escravos, e que constituem a maior prova de sua condição de abandonados após séculos da COLONIZAÇÃO OCIDENTAL, praticada por TODOS os países, sem exceção de nenhum: Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Bélgica, Holanda, Alemanha, Rússia e adjacências e mais recentemente os Estados Unidos que construiu sua economia agrícola e principal fonte de sua riqueza, com a utilização da escravidão africana.

Quando razões de conveniência política (Egito, Argélia, Líbia, África do Sul, Angola, Congo, Índia, Afeganistão, Iraque, Palestina, etc.) obrigaram o afastamento dos colonizadores, deixaram um rastro de degradação e miséria em todos os países ocupados, com uma população miserável, desqualificada, analfabeta, pobre, com os maiores índices de insalubridade do mundo, com suas riquezas naturais exploradas de forma predatória que, a cada dia, acresce os fatores de miserabilidade absoluta. Sem desprezar que a sua gente restou à mercê dos sobas e populistas dominadores de suas frágeis populações, a exemplo desse tirano do Zimbabwe – podre de rico - que acaba de ser derrubado depois de 38 anos no Poder.

Como se não tivessem qualquer responsabilidade com os cadáveres que afundam ou desaparecem sem deixar sinal ou que chegam famintos numa praia qualquer, as nações europeias em sua grande maioria estão tomando providências para evitar a chegada e o agasalho dessas multidões de desvalidos - frutos da miserável colonização - que foi implantada pelos mesmos países que hoje recusam abrigo aos infelizes “retirantes”.

A mensagem do Papa Francisco é uma peça profunda e consistente, que, mesmo em sua linguagem contida, é extremamente franco e objetivo quando analisa a questão:

“De igual forma, é necessário enfrentar juntos a questão migratória. Não se pode tolerar que o Mar Mediterrâneo se torne um grande cemitério! Nos barcos que chegam diariamente às costas europeias, há homens e mulheres que precisam de acolhimento e ajuda. A falta de um apoio mútuo no seio da União Europeia arrisca-se a incentivar soluções particularistas para o problema, que não têm em conta a dignidade humana dos migrantes, promovendo o trabalho servil e contínuas tensões sociais. A Europa será capaz de enfrentar as problemáticas relacionadas com a imigração, se souber propor com clareza a sua identidade cultural e implementar legislações adequadas capazes de tutelar os direitos dos cidadãos europeus e, ao mesmo tempo, garantir o acolhimento dos imigrantes; se souber adotar políticas justas, corajosas e concretas que ajudem os seus países de origem no desenvolvimento sociopolítico e na superação dos conflitos internos – A PRINCIPAL CAUSA DESTE FENÔMENO – em vez das políticas interesseiras que aumentam e nutrem tais conflitos. É necessário agir sobre as causas e não apenas sobre os efeitos.”

Pagamos hoje os erros do passado, em que a volúpia e a ambição dos dominadores de então geraram distorções desumanas e a estratificação de desigualdades vergonhosas que se constituíram em verdadeiros crimes de lesa-humanidade, que envergonham a nossa condição de humanos.

A África do Sul, dominada pela Holanda (Boers), consolidou o mais vergonhoso  processo discriminatório racial do mundo – o apartheid – somente aliviado pela clarividência do seu grande líder Mandella que, após 24 anos de prisão assumiu sua liderança nacional pregando a união de todas as raças; os Estados Unidos que arcaram uma guerra fratricida e cruel, dividindo a Nação em duas, e nunca conseguiu resolveu com eficácia o seu problema da discriminação racial e o confinamento de seus indígenas, a despeito da liderança de Lincoln; a Índia que consolidou o seu problema de castas, impulsionada pelo sentimento monárquico da cultura inglesa, apesar da luta de resistência pacífica comandada por Ghandi; a grande questão da Palestina que há mais de 50 anos permanece insolúvel, mesmo com os Prêmios Nobel da Paz distribuídos à larga; e a Síria, em que se tenta atualmente restabelecer a Guerra Fria com a Rússia e os Estados Unidos, mais uma vez disputando áreas e influências do final da 2ª Grande Guerra, com dois desvairados nas lideranças de seus respectivos países.

E ainda aparecem medíocres ideólogos sem imaginação, pretendendo responsabilizar os americanos pela novidade do surgimento de escravatura na Líbia em pleno ano de 2017, nunca exterminada na África inteira. Acordem, estamos no final do ano 2017, do Século XXI e aconteceu muita coisa importante nos últimos cem anos no mundo, que vocês não perceberam ainda. É pena, mas o espaço disponível não permite uma análise melhor !