quarta-feira, 24 de maio de 2017

O BRASIL TEM SAÍDA, SIM !


Contemplando o panorama brasileiro do ALTO DOS MEUS 90 ANOS, fico desesperado com o desencanto e a desesperança que se arraigou no espírito da Nação, como se,  de repente, um imensurável buraco negro tivesse tivesse engulido nossos princípios, nossos valores, nossas convicções e todos nossos sentimentos de honradez e decência.    

Assusta-me o clima permanente de combate e duelo à moda das rinhas que só terminam com a morte dos contendores. Cultiva-se uma permanente beligerância em que a norma é destruir, sem contemplação, a reputação alheia. Divide-se a Nação em duas bandas, em que a minha não erra e a sua é de bandidos; a minha é composta de proceres da República e a sua é de corrúptos; a minha é vitima de conspiração e a sua é protegida pelo Judiciário; aguçam-se as divergências sem que ninguém busque as convergências, ao reverso do que sempre a Política defendeu: O diálogo, o bom debate, a dialética civilizada !.

Mas, continuo um otimista incurável. Ainda acredito no Brasil e nas suas potencialidades, inclusive humanas. Existe, sim, muita gente decente a ser considerada, mesmo intimidada pelo clima de ódio e intransigência implantado, propositadamente, para afastar os bons. Querem nos impingir um círculo de gís intransponível, reduzidas à epítetos de coxinhas, mortadelas e golpistas, como se fôssemos participantes de bate-boca de comadres em porta de boteco. Não se discute a boa política e o campeão será o de melhor uso dos dicionários de palavrões.

Seria tão difícil de entender que a saída possível e inarredável é o fortalecimento das instituições - mesmo precárias - através do respeito à Constituição e às Leis dela decorrentes. Na democracia é assim, gente, e esse apelo demagógico às "diretas", sabendo de sua inviabilidade imediata, é demagogia populista e desvio do verdadeiro foco da questão. Façam uma experiência, como estou fazendo, para a busca de nomes inatacáveis que comprovem a sua existência nesse apenas aparente deserto de GENTE DO BEM.

Comecem a listar figuras - dentro da política e fora dela - não comprometidas com a bandalheira geral, que não estejam indiciados nem processados e, muito menos, condenados por corrupção ou outro ilicito qualquer e não vale desqualificação seletiva de sentenças já decretadas e não revogadas; com credibilidade para montar um governo de salvação nacional, acima de qualquer suspeita. Garanto-lhes que tem muita gente boa que atende ao perfil desejado. Experimentem com paciência e fé para comprovar o que digo. É só procurar e jogar a opinião pública em defesa de um projeto que já foi já adotado no mundo inteiro, inclusive no Brasil, com sucesso.

Lembrem Gandhi na India pós-colonialista; o Pacto de Moncloa; na Espanha pós-Franco; Mandela na África do Sul pós- apartheid; em Portugal de Mário Soares da pós-Revolução dos Cravos; na Irlanda pós-Ira que o obscurantismo do BREXIT ameaça destruir; e vai por aí afora...

Mas tem uma regra simples a ser cumprida com todo o empenho: ESQUEÇAM O ÓDIO QUE DIVIDE A NAÇÃO E BUSQUEM AS CONVERGÊNCIAS QUE UNEM O POVO. Lembro uma lição que aprendi com Arraes; "Na dificuldade, procurem o povo que ele nos ensinará o caminho".

Aposto tudo que construi na vida que, para os 14 milhões de desempregados que estão desesperados sem um pão no fim do dia e um cuscús no almoço, essa arenga de meninos malcriados expostas nas redes sociais não tem a menor importância ! O diabo é que todos têm a arrogância de falar em nome do povo.

Viva o Brasil, que é mais importante que todos nós e de querelas de porta de botecos !

sábado, 6 de maio de 2017

AINDA A QUESTÃO PREVIDENCIÁRIA


Tenho sido interpelado sobre a minha opinião sobre o projeto de  reforma do Sistema Previdenciário, ora tramitando no Congresso Nacional, em face das divergências explicitadas por diversas correntes de opinião; da rejeição declarada da Igreja Católica; de um tomada de posição contrária da Executiva do PSB Nacional; da manifestação do Governador criticando o fechamento partidário da questão e defendendo um maior debate do assunto, por conta da sua complexidade e, por fim, da dificuldade de sua aprovação uma vez que a reforma trabalhista – que seria bem mais difícil - já foi aprovada no Senado.

A)   Não tenho nada a modificar sobre o meu entendimento, já explicitado em postagem divulgada, e fundamentado em dois pontos principais: 1º - Sou contra qualquer reforma previdenciária, que não tome como foco principal a busca da UNIFICAÇÃO DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO, composto atualmente por um Regime do Serviço Público, com 1,2 milhões de contribuintes, com proventos médios de aposentadoria na ordem de R$8.600,00 mensais e 2º - um Regime do Serviço Geral, com 28 milhões de contribuintes, com proventos médios de aposentadoria na ordem de R$1.300,00 mensais, sendo que 58% deles é composto por aposentados do INSS que recebem apenas um Salário Mínimo de R$937,00 para sobreviverem, sabe Deus como !.

Não sou idiota para pretender nivelar salários e/ou proventos de aposentadoria, que sempre serão distintos em face das qualificações que os cargos inferiores não o possuem, mas não admito nem aceito  - como justa - a infamante discrepância de valores e dos limites estabelecidos que consagram e eternizam essa terrível desigualdade.

Basta lembrar que o limite máximo do valor da aposentadoria do Regime Geral do INSS, mesmo atendendo todos os limites de idade, de tempo de contribuição e de teto de contribuição de 10 S.M. (R$9.370,00), é hoje, de ridículos R$5.531,31 (Cinco mil, quinhentos e trinta e um reais e trinta e um centavos), enquanto no Regime do Serviço Público, na prática, como acaba de firmar recente decisão do STF, NÃO TEM limites.

B)   Do mesmo modo e com o mesmo fervor, tenho vergonha de ir pra rua defender a manutenção desse regime iníquo atualmente vigente, carregado de injustiças, desigualdades e privilégios, defendido ardorosamente pela fantástica rede de regalados beneficiários da alta assessoria e acadêmicos do executivo e das empresas estatais, dos generosos proventos e acessórios dos membros do Judiciário e do Ministério Público e, sobretudo, da esbórnia praticada para gáudio dos parlamentares e seus apaniguados.

Não conheço nada mais reacionário e conservador do que a manutenção de um “status quo” que garante e se defende para engessar uma ordem injusta e de caráter excludente, em nome de uma falsa ideologia que, ao mascarar com uma suposta defesa dos pobres, eterniza a infâmia de uma aposentadoria de 15 milhões de aposentados de salário-mínimo e dos seus desventurados companheiros com uma aposentadoria média de mil e trezentos reais, ao mesmo tempo em que se garante a sustentação dos privilegiados.

Sem contar a audácia de algumas igrejas que, pretensamente em nome dos pobres e oprimidos, assumiram uma postura claramente partidária para defender a manutenção desses privilégios que ME RECUSO DEFENDER. Desculpem-me a veemência, mas sinto-me próximo a Graciliano que em face de sua idade avançada, justificava o não uso de exclamação e reticências em seus escritos: sem querer equiparar-me ao Mestre, mas ancorado nos meus 90 anos, reservo-me ao direito de manifestar-me clara e explicitamente sem reticências, embora ainda esteja vulnerável à algumas exclamações de surpresa.

Meu Diocesano, o “Gymnasio” de Padre Adelmar, em nota de sua Direção, acaba de decretar paralização no dia 28 em cumprimento à determinação superior, sem consulta aos seus empregados e com previsão de compensação do dia parado (previdente padrão empresarial). Aliás, greve de patrão não é greve: É LOCAUTE, só tinha assistido em 1959 promovida em Pernambuco, comandada por Cid Sampaio! (sem comentários).