EDSON era o filho caçula de Seu Eurico Monteiro e foi dele próprio que ouvi essa história. Lamentavelmente morreu ainda muito moço e, se vivo fosse, estaria repetindo o ocorrido com muito humor. Contava ele que resolveu um dia não mais submeter-se à disciplina férrea de Padre Adelmar, sentindo-se valente e atrevido bastante para desafiá-lo, e quando caiu na malha para receber o famoso cartão de controle das mãos do Diretor, foi logo imaginando:
“É
hoje que vou desafiar o padre”.
Apresentou-se ao Pe. Adelmar que estava
sentado à frente de sua escrivaninha (daquelas antigas com uma tampa tipo
sanfona) para cobrar o seu cartão e ficou em pé esperando de braços cruzados.
O Padre, sem dar uma palavra, catou o seu cartão na pilha da mesa e
simplesmente atirou o cartão no peito de Edson que não reagindo, deixou o cartão cair
nos seus pés, permaneceu impassível e ousadamente pensou mais uma vez:
“É
hoje que eu topo o Padre!”.
Em poucos instantes o Padre, percebendo a
indiferença de Edson que permanecia de braços cruzados em pose desafiadora,
reagiu e perguntou-lhe o que estava esperando e ele respondeu:
“Meu
cartão, que eu não sou cachorro para apanhá-lo no chão”.
Até ai eu fui, Ivan, e aguentei a parada, mas
quando o padre reagindo à minha insolência disse: “O que seu moleque?” ao mesmo levantando-se da cadeira para se
levantar, abdiquei da coragem, e prontamente disse:
“Não é
nada não, seu Padre”.
Covardemente apanhei o cartão no chão e desci as escadas
correndo.
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