Nosso querido motorista Cícero, que todo o
mundo conhece em Garanhuns, vivia sempre reclamando que há mais de dez anos não
via sua mãe morando em São Paulo e já estava bem velhinha. Meu filho Pedro Leonardo,
sensibilizado, resolveu patrocinar uma viagem de avião para Cícero ir ver sua
mãe e tomou todas as providências necessárias: reserva feita, passagem de ida e
volta comprada, e na data marcada ele estava no aeroporto para embarcar.
Minha querida nora Malú, preocupada com a
inexperiência e o absoluto ineditismo de viagens de avião, levou Cícero – mesmo
que um tanto temeroso - para o embarque e adotou todas as providências para que
tudo corresse direitinho.
Não teve dúvidas e de forma previdente, invocando
a sua fé de ofício médico, escreveu em um papel de receituário e carimbou
embaixo uma declaração “A QUEM AJUDAR
POSSA” informando que se tratava de uma pessoa idosa com mais de sessenta
anos, hipertenso, nunca viajara de avião e analfabeto juramentado.
Na chegada ao Aeroporto e logo no “check-in”,
que Cícero logo denominou de “Chequinho”, mediante a declaração apresentada por
Malú, ele foi acolhido de forma especial e conduzido até ao avião pelo
funcionário da empresa de aviação que o acomodou logo na poltrona de frente e o
recomendou ao pessoal de bordo.
A assistência foi tanta que mereceu a atenção
do próprio comandante que, chegando no aeroporto de São Paulo, teve o cuidado
de abordá-lo e perguntar se a viagem tinha sido boa, ao que ele logo respondeu:
“Beleza,
Comandante !, foi tudo bem, a não ser uns “catabís” que o avião deu de vez em
quando lá pra traz”
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