quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SEU THOMPSON

A direção do centenário Colégio 15 de Novembro em Garanhuns, desde a sua fundação, registrou a presença durante muitos anos de missionários americanos que aqui se sucederam, a exemplo de Mr. Swetnam, Mr. Neville, Mr. Arthur Lindsay (pai de Arto Lindsay), Mr. Spach entre outros que muito contribuíram para a grandeza do educandário e se integraram à vida de nossa cidade.

Aqui aportou, também, a extraordinária figura de Mr. William G. Thompson logo denominado pela população como “Seu Thompson”, casado com Mrs. Kathye reconhecida como “Dona Catarina”. Tinham um único filho, Frank, que casou com Ruth Gueiros irmã de Dr. Othoniel Gueiros e foram morar nos Estados Unidos.

Seu Thompson e Dona Catarina aqui viveram durante muitos anos, na casa adquirida à Praça Souto Filho nº 101, vendida depois ao Professor Uzzae Canuto e, posteriormente, a Estevão de Bastos Dona, sogro de meu primo Vanildinho. A razão principal da venda foi motivada por sua aposentadoria depois de muitos anos de trabalho intenso e a consequente volta de regresso à sua terra natal: Estados Unidos.

Pouco tempo depois, a grande surpresa: Chegam de volta à Garanhuns “Seu” Thompson e “Dona” Catarina, sob a alegação de que não mais se reconheciam nos Estados Unidos, uma vez que ninguém mais os identificava e eles, por sua vez não conheciam mais ninguém e, por isso mesmo, sentiram-se como uma ave fora do ninho e resolveram voltar.

Como não tinham mais casa própria, alugaram uma casa na Praça Dom Moura, onde passaram a residir. Em função de sua idade avançada, logo começaram a caducar, obrigando seu filho Frank voltar ao Brasil para tomar conta deles, o que fez até às suas mortes.

Seu Thompson era uma figura bonita: Cabeleira e cavanhaque branquinhos, esguio, vestido de costumeiro terno escuro, sempre cordial, tranquilo e atencioso. Passou o resto de seus anos de vida até morrer, sempre varrendo a sua calçada da Praça Dom Moura com extremo zelo e cuidado e quando perguntado sobre o que estava fazendo (aconteceu comigo), respondia invariavelmente com voz doce e terna: ”ESTOU VARRENDO A PÁTRIA, MEU FILHO”.

Aqui faleceu, está enterrado no Cemitério São Miguel e, com justas razões, é nome de uma Avenida nobre em nossa terra e poucos sabem quem foi. Mas poucos filhos de Garanhuns por nascimento demonstraram, até hoje, tanto amor à sua “Pátria” Garanhuns e ele foi, sem dúvidas, o mais garanhuense dos americanos que aqui aportaram!!!


4 comentários:

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  2. Um excelente exemplo de ser humano que soube valorizar nossa pátria!

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  3. Ivan, meu pai Deoclécio Cavalcanti era evangélico e se relacionava muito bem com muitos deste americanos que você cita no texto. Lembro de Mr. Arthur Lindsay e Mr. Spach.

    Samuel Salgado

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  4. Ivan, meu pai Deoclécio Cavalcanti era evangélico e se relacionava muito bem com muitos destes americanos que você cita no texto. Lembro de Mr. Arthur Lindsay e Mr. Spach.

    Samuel Salgado

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