Um dos
amigos inseparáveis de Zéivan era o nosso querido Valença, filho de João
Valença e sua família ainda hoje permanece no rol das minhas queridas amizades.
Registre-se, para que não caia na vala comum do esquecimento, o traiçoeiro
assassinato de Valença na frente de Zéivan. Triste, muito triste, mas sem
tergiversar, vamos lembrar uma das queridas figuras de Garanhuns: o sertanejo
oriundo do Pajeú Eudo Bezerra de Moura, conhecido como “Dica”, funcionário
aposentado dos Serviços Dágua de Garanhuns, participante ativo na comunidade
política, sempre corajoso na oposição (velho MDB), Presidente da Liga
Desportiva de Garanhuns, perpetuado hoje por uma honrada família – viúva e
filhos - ainda residentes em nossa terra. Ocorre que Zéivan e Valença estavam
um dia numa das contumazes rodadas de cerveja quando, à uma certa altura do
volume etílico, já por volta das quatro horas da tarde, lembram que o querido
amigo Dica falecera e o seu enterro estava marcado para aquela hora. O
desespero foi grande, pois seria imperdoável não comparecerem ao adeus do amigo
tão estimado. Não tiveram dúvidas, pagaram a conta e correram diretamente para
o Cemitério de São Miguel, uma vez que o velório já estava perdido. Quando
chegaram no alto do Mundaú – início da Rua Luiz Burgos – avistaram o carro da
Funerária chegando no portão do Cemitério. Aleluia! chegaram a tempo e com um
certo alívio, apressaram a corrida para entrar juntos no cemitério. Foram chegando
e apressaram-se a segurar duas alças do caixão e iniciaram a caminhada, em
procissão – até o local da cova. Mesmo desconfiados com a modéstia do público
presente, pois Dica era uma pessoa muito estimada na comunidade e titular de
muitas amizades, foram em frente. O mais importante era a chegada em tempo para
a homenagem ao amigo. Tanto que quando chegaram à beira da cova, insistiram
para que o caixão fosse aberto e eles pudessem ter uma última visão do amigo e
se despedir. Aí a grande surpresa: o defunto era uma velhinha engelhada,
acomodada em uma mortalha e com uma touquinha na cabeça! Não restou outra saída
para os retardatários senão soltarem a tampa do caixão e retirarem-se às
carreiras do cemitério sem dar uma palavra, desde que não tinham a menor
explicação para as suas presenças. Lembraram, então que o enterro poderia ser
no Cemitério de São Cristovão e correram pressurosos para lá. Mas aí é outra
história porque quando chegaram no segundo cemitério, estavam tão atrasados que
o enterro já havia terminado e eles, a despeito de toda a sofreguidão, perderam
o enterro do grande amigo!
Um espaço para reviver o passado, reverenciar o presente e marcar presença no futuro.
sábado, 22 de novembro de 2014
O ENTERRO DE DICA
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kkkkkkk Ivan, a história é triste mas eu não me aguentei! estou me acabando de rir aqui! imagino o que vem por aí ...fiquei aqui imginando toda a cena e a correria dos amigos todos já meio altos e aperreados! kkkkkkkkk
ResponderExcluirCORA
Dr. Ivan, muito boa a história! Imagino que o senhor deva ter inúmeras dessas passagens para publicar... Fico curiosa para ler outros episódios! Rsrsrsrsrs
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