quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

AOS AMIGOS DE GARANHUNS


Devo uma satisfação aos meus amigos diante de críticas que, de repente e forma descabida, tentam me desqualificar politicamente usando argumentos de natureza eleitoral. A grande acusação é que jamais ganhei uma eleição, sofri três derrotas eleitorais, levando pisa feia numa delas. Negam-me, por isso, ter condições de dar lições de política a quem quer que seja.
Pela primeira vez, vou usar de empáfia e contar minha história de vida, que me orgulha muito e muitos dos que me acusam, dificilmente, conseguiriam igualar. Na minha visão, as derrotas eleitorais que sofri não me diminuem e sim enaltecem.
Para quem não sabe, sempre me considerei ruim de votos e só fui candidato durante a ditadura, quando poucos ousavam ser e muitos dos que hoje posam de “democratas”, mudavam de calçada para não me cumprimentar, fugindo de mim como o diabo da cruz. Mas entendia que era preciso resistir e resisti, disputando duas eleições para deputado e uma para Prefeito (1974 a 1978) sabendo que ia perder. Para quem acha que ter votos é mérito político, deve ter Tiririca como grande líder nacional. Para mim foi coerência, cumpri o meu dever de cidadania... e ganhei politicamente! Quando a normalidade democrática foi restabelecida, senti-me dispensado e nunca mais admiti disputar cargo eletivo algum, ou seja, a exatos 37 anos!
Servi com muita honra aos três governos de Arraes, dois de Eduardo Campos e ocupando cargos de destaque nas administrações. Recebi confiança e nunca a deslustrei. Do mesmo modo, sirvo ao Governo de Paulo Câmara e me sinto honrado. Não vou entrar em discussões opinativas, mas todos logo irão constatar que, dentro do quadro de crise instalada no país, são muito poucos os Estados que continuam equilibrados, pagando em dia os seus servidores e tiveram a sorte de ter um governador previdente como o nosso.
Gozo o respeito de lideranças de todo o Estado, nisso incluindo colegas de trabalho, deputados, prefeitos, vereadores, companheiros de Partido, lideranças comunitárias e familiares dos governadores já falecidos e de jornalistas do mais alto nível incluindo alguns que são amigos pessoais (cito Evaldo Costa, Inaldo Sampaio, Ivan Maurício, Jodeval Duarte, Homero Fonseca, João Rego, Aldo Paes Barreto, Ítalo Rocha, Ricardo Carvalho, José Adalberto Ribeiro, Ruy Sarinho, José Nivaldo Júnior, Magno Martins, Edvaldo Morais na imprensa da Capital, com destaque ainda para os de nossa terra, como Ronaldo Cesar, Gláucio  Costa, Carlos Eugênio, Gidi Santos, Kitty Alves, Selma Melo, Marcos Cardoso e Fernando Rodolfo, entre outros). Tenho um diploma emoldurado na parede em minha casa, do Instituto Miguel Arraes a mim conferido “por sua destacada atuação no Governo do Estado de Pernambuco”.
Sempre fui aliado amigo e fiel, mas nunca vassalo, e divergi muitas vezes para preservar os meus princípios, inclusive no episódio da candidatura de Antônio João, com quem Isaías se aliou para garantir o apoio do PSB à sua candidatura, depois de fazer um dos mais empolgados discursos contra a “candidatura estrangeira”.
Quando me senti desconfortável, depois de cinco anos de trabalho árduo chegando a responder durante um ano pela Presidência da instituição, RENUNCIEI A TRÊS ANOS DE MANDATO DE DIRETOR DA ARPE que me restavam, pedi minha exoneração, botei o chapéu na cabeça e sem alarde fui embora para casa. Sem depreciar ninguém, quantas pessoas seriam capazes de igual comportamento?
Fui vereador em duas legislaturas, com muito orgulho, inclusive em 1968/1972 sem remuneração. Restam apenas dois sobreviventes de bancada: os companheiros Antônio Edson e Paulo Faustino como testemunhas de minha atuação, além dos arquivos da Casa que registram o nosso desempenho e - posso assegurar - não existiam caixas pretas naquela época. Restaurada a democracia, surgiu uma legislação ressarcindo todos os prejudicados pelos atos discricionários da ditadura. Poucos sabem que, mesmo sem recriminar companheiros que receberam esse ressarcimento legal, NUNCA SEQUER REQUERÍ o benefício a que tinha direito. Quantas pessoas conhecem ou têm notícia de outro beneficiário com igual desprendimento?
Cometem uma injustiça quando me acusam de não conseguir benefícios para Garanhuns e obrigam-me a explicar às novas gerações e contar ao povo da minha terra que fui, com muito orgulho, o Coordenador do Programa de Eletrificação Rural nos dois governos de Arraes, que resultou no maior programa de eletrificação rural da América Latina e, para não ser prolixo, bastaria este fato para comprovar o meu trabalho.
Busquem a informação para verificar que no final do Governo, Garanhuns detinha um percentual acima de 80% de sua zona rural eletrificada, bem como os municípios do seu entorno. Quem tiver dúvida, percorra a nossa zona rural e peça o testemunho dos moradores e lideranças de Riacho da Espera, Papa terra, Roncaria, Cruzes, Cachoeirinha, Tiririca, Jardim, Mimosinho, Várzea Comprida, Mochila de Baixo e Mochila de Cima, Baixa da Telha, Escorregão, Castainho, Sapucaia, Inhumas e muitos outros, e perguntem se ainda recordam a presença de Ivan Rodrigues nas suas casas e nas constantes inaugurações. O povo não esquece e se não for suficiente para os incrédulos, procurem o testemunho dos antigos servidores da Celpe em Garanhuns.
Durante os governos municipais de Bartolomeu e Silvino, Garanhuns não tinha deputados como representantes. Quem quiser consulte os dois ex-Prefeitos sobre a constante colaboração de Ivan Rodrigues com os seus governos e na luta pela obtenção dos benefícios. Falar é fácil e distribuir aleivosias mais fácil ainda, sobretudo quando não faltam os mestres de obras feitas para requerer paternidade dos benefícios, tão logo elas são anunciadas. Ivan Rodrigues NUNCA REIVINDICOU PATERNIDADE de qualquer obra em governo algum a que serviu.
O patrimônio que possuo foi conquistado quando fora do serviço público. Não tenho a confortável previdência pública e apenas uma aposentadoria de INSS, conquistada em atividade privada, que mal dá para pagar meu plano de saúde e de minha mulher em face custo por nossa idade avançada, mas não me arrependo, pois meu saudoso pai, o velho Zé Batatinha me ensinou que: “No dia em que tiver de ser escravo, não quero nem saber o nome do  dono, pois tenho que lutar contra a escravidão e não contra o meu senhor”.
As benesses nunca me seduziram, o poder não me embriaga, nunca recebi galardões nem comendas e nem as solicitei, não aspiro elogios fáceis que não me sensibilizam, não me atingem julgamentos apressados e levianos, nunca reivindiquei favorecimentos pessoais e minha única preocupação é a absoluta compatibilidade que preciso manter com meu travesseiro, quando coloco minha cabeça sobre ele e repouso serenamente, a cada dia vencido.

Obrigado, amigos, pela atenção!

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