Decididamente, meu caro amigo Izaías,
estou preocupado com sua incontinência verbal, pois quanto mais fala mais
comete deslizes. Em recente entrevista na Rádio Jornal, conforme noticiário
repercutido nos blogs da cidade, abordou uma questão muito séria que envolve a
Câmara de Vereadores acerca de uma pretensa caixa preta existente, denunciada
pelo Vereador Alcindo Correia e contestada pelo seu Presidente, Vereador
Gersinho Filho, sem esquecer que Alcindo avisou que após o Carnaval iria
denunciar e abrir a tal “caixa preta”.
Conforme divulga o blog de Carlos
Eugênio, “o Prefeito Izaías Régis (PTB)
deixou claro que não vai se envolver na confusão gerada na Câmara de Vereadores
de Garanhuns por conta das declarações do vereador Alcindo Correia (PSDC), que
revelou não concordar com os serviços de
reforma que vêm sendo realizados no prédio do Poder Legislativo Municipal e
prometeu fazer revelações após o período carnavalesco, ação ainda não
concretizada.
“NÃO VEJO E NEM QUERO VER! PORQUE
NÃO ENTRO NA SEARA DOS PARLAMENTARES, POIS SÃO TODOS MEUS AMIGOS!”. Foi com
essa posição que Régis respondeu ao questionamento do jornalista Eduardo
Peixoto, durante entrevista na Rádio Jornal sobre o polêmico tema. Apesar de se
mostrar alheio a polêmica, o Prefeito fez questão de avaliar a situação como
“Cidadão de Garanhuns” e considerou desnecessária a confusão, haja vista NÃO VER, ATÉ O MOMENTO, QUALQUER PROBLEMA
NA CÂMARA DE VEREADORES E NÃO ACREDITAR “NESSE NEGÓCIO DE CAIXA PRETA”,
pontuou Izaías.”
Veja, caro amigo,
quanta contradição você comete. Para começo de conversa, afirma que não vai se
envolver na confusão gerada por conta das
declarações do Vereador Alcindo, pois todos são seus amigos e na mesma hora diz
não acreditar nesse negócio de Caixa Preta, ou seja, DESACREDITA a afirmação de
Alcindo. Antes de mais nada, esquece que é o Prefeito, supremo mandatário do
Município, e que não deve fazer declarações desse tipo, dizendo e se desdizendo
ao mesmo tempo, sem qualquer justificativa séria.
Essa
desculpa também de alegar que não entra na questão “POR SEREM TODOS SEUS AMIGOS” não pode ser justificativa, uma vez
que se trata de uma questão séria denunciada por um Vereador e não uma rifa
entre amigos. É uma denúncia grave e eu admitiria até a desculpa se alegasse a
questão da autonomia dos poderes, desaconselhando institucionalmente sua interferência, mas não
a fragilidade de uma leniência frouxa em que, pelo acumpliciamento da amizade
todos se salvariam. Nós estamos tratando da coisa pública que exige tratamento
sério e não evasivas.
Meu caro Izaías, D. Helder já dizia que : “o povo sabe....” e
não admite ser tratado como um bando de imbecis. A questão está colocada e
exige uma resposta clara, sem sofismas e sem fuga do seu foco: OU A SUA CRENÇA
É VERDADEIRA, NÃO EXISTE CAIXA PRETA E ALCINDO FEZ CHANTAGEM COM AMEAÇAS À MESA
DIRETORA DA CASA ou, ao inverso, SUA CRENÇA NÃO PROCEDE E ALCINDO ESTÁ NA
OBRIGAÇÃO INARREDÁVEL DE ABRIR A TÃO FALADA CAIXA PRETA.
Sem quaisquer ilações cavilosas ou insinuações maldosas, pois
não sou de fazer acusações sem fundamento, reclamo que o grande foco da questão
ainda não foi considerado, abordado e muito menos esclarecido: Por quais
razões, um prédio novo com apenas cinco anos de uso, está a exigir uma
“reforma” ao custo inicial de quase SEISCENTOS MIL REAIS? Dentro do quadro de
crise nacional, a situação do prédio está tão degradada a ponto de exigir
prioridade para essa “reforma”? Se a
prioridade não é tanta, porque não se dá um melhor destino a tão expressivo
recurso? Se houvesse um acordo do bem, entre o Prefeito e a Câmara, não teria
sido suficiente para investir produtivamente essa verba, capaz até de bancar
DOIS Festivais de Jazz com excepcional retorno econômico e cultural ao
Município?
O Brasil inteiro está assustado com uma onda avassaladora de
corrupção que parece dominar todos os setores da sociedade, e todo agente
público tem o dever de esclarecer de forma transparente toda e qualquer dúvida
levantada. Não existe outra saída, resolvam a questão pois o povo está cansado
e, se por acaso você negar-se ao esclarecimento eu respeito pois somos amigos,
mas não aceito que mande preposto me responder.
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