Conhecido e considerado por toda gente, trabalhador,
bom profissional, mas não dispensava o consumo regular de uma caninha que o
mantinha aceso e predisposto a discursos políticos.
A sua paixão era a política e não perdia
ocasião para fazer discursos entusiasmados para os seus candidatos, a qualquer
hora e mesmo fora do período de eleições. Durante sua vida foi um dos mais
fieis correligionários do Deputado Elpídio Branco que era sempre apregoado como
tema de sua atividade oratória, em pé naquela esquina, com uma voz forte e
retumbante, dispensando microfones.
Dispensável dizer que, na época das campanhas
eleitorais crescia o seu empenho e dedicação, para demonstrar com mais
frequência toda lealdade ao seu líder. Com pouca instrução era um Democrata
radical e, apesar de suas convicções, cultivava um sentimento de tolerância
exemplar com os adversários políticos.
Numa ocasião, em plena campanha eleitoral,
estava fazendo uma pregação inflamada sobre as qualidades do seu candidato, que
tinha como opositor o líder da UDN, Francisco Figueira.
Em plena oratória empolgada, recebeu aparte
provocante de um transeunte:
“E o Coronel
Figueira, Borburema, não presta ?”
Ao que ele de pronto respondeu, sem perder a
calma e o fio do seu discurso:
“É muito bom
cidadão, mas o Deputado Elpídio Branco é o nosso maior líder político e não
existe nenhum capaz de vencê-lo !”
E prosseguiu imperturbável com o seu
entusiasmado louvor ao seu candidato. Lição democrática de tolerância e
convivência respeitosa com os adversários que nos está fazendo muita falta hoje
em dia.
Já idoso pagou o preço das extravagâncias
etílicas, acometido por uma famigerada tuberculose, e foi acudido pela generosidade
de Dr. Othoniel Gueiros que prestou-lhe toda assistência médica e os remédios
necessários à sua cura. Mas estava muito debilitado e, em face da fragilidade
de suas defesas orgânicas, Othoniel observava que ele carecia de uma
alimentação melhor, para melhorar seu estado geral.
Mas como, se era o sustento de uma família
muito pobre e sem condições de trabalho ? Chegamos a contratar com o açougueiro
Antônio Darré o fornecimento semanal de um peso de carne e alguns alimentos
para melhorar sua mesa, mas não foi suficiente. Faleceu vítima da terrível doença.
Deixou uma família pobre e honrada que ainda hoje
vive em Garanhuns, lá no Magano.
Parabéns pelo blog, Sr. Ivan! De muita valia o senhor escrever sobre tantos fatos importantes da história de PE, gostaria que meu avô tivesse tempo de escrever também. Sou neto de Jaime Branco e bisneto de Elpídio! O senhor tem mais informações ou algum causo sobre eles? Estou organizando um pequeno livro para a família com informações e histórias do meu avô. Muito obrigado! Email: rgpbranco@hotmail.com
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