Uma matéria, na 2ª página do caderno Cidades
do Jornal do Comércio da edição dominical de 15/03, anuncia como manchete que “Passarela é perigo diário para pedestre”,
referindo-se a uma improvisada (e dita provisória) passarela instalada para atendimento
aos usuários do Hospital Pelópidas Silveira na BR-232. O curioso é que ela
deixou de ser “perigo”, uma vez que não deveria estar sendo usada, pois está interditada
por conta do péssimo estado de conservação.
Pra se ter ideia, a técnica em segurança do
Hospital, Luciene Silva, afirma:
“Em, quatro
meses, abri seis comunicados de acidente de trabalho de funcionários do
Hospital Pelópidas Silveira que se acidentaram na travessia da BR ou na
passarela. Muitos se arriscam”
A interdição da passarela, mesmo com os
riscos que oferece, conduz o pedestre à uma alternativa infame: atravessar a
pista de todo jeito atropelando os carros e sendo atropelados.
Será que por ser “COISA DE POBRE” não se
possa imaginar uma solução para o pedestre sem arriscá-lo a morrer e que
favoreça, também, os afortunados veículos sem obrigá-los as malditas lombadas que
proliferam a cada dia ?
Só se pensa na construção das “PASSARELAS PERVERSAS”
que, conforme a matéria está orçada em dois milhões de reais e que, por terem
seis metros de altura, não podem ser usadas por quem mais precisa: os idosos,
deficientes físicos, cadeirantes, cuja única alternativa que lhes resta é o
risco de serem atropelados ?
E antes que falem, me antecipo: Não inventem
escadas rolantes para esbanjarem dinheiro público, como fizeram na travessia da
Av. Herculano Bandeira, pois se é que não sabem, aviso logo que cadeirante e muitos
deficientes físicos não têm como usá-las !
Não custa orçamentar, pois talvez seja mais
barato a construção de uma lombada alta para os veículos que permitisse a
travessia dos pedestres à rés do chão (bastaria dois metros e não seis). Duvido
que custem muito mais do que os dois milhões de reais anunciados com as passarelas
perversas (Vai ver que já projetaram elevadores e escadas rolantes !) . Para os
veículos motorizados não representam o menor esforço e não custaria o mau trato
em suas suspensões decorrentes da proliferação das terríveis lombadas.
Eu sei que estes questionamentos incomodam,
mas será que por ser COISA DE POBRE não merece a menor consideração ? Sou forçado
lembrar o poeta quando diz : “PORQUE GADO A GENTE TANGE, FERRA, ENGORDA E MATA,
MAS COM GENTE É DIFERENTE”. A prioridade pelos mais carentes não pode ser apenas
objeto de campanhas eleitorais, e sim, objetivo permanente da ação
governamental.
Foi isso o que aprendi com o meu Mestre
Miguel Arraes, quando dizia com muita sabedoria ao ser criticado, que NÃO
CONHECIA NADA MAIS ESTRUTURADOR PARA UM CIDADÃO DO QUE UMA CANECA DE ÁGUA LIMPA
PARA MATAR A SEDE E UM BICO DE LUZ PARA ALUMIAR A ESCURIDÃO!
A propósito, quero me desnudar além de todas as
falhas que possuo, e como já estou de validade vencida, quero ACRESCER NO MEU
CURRÍCULO O QUE NUNCA FALEI e dizer do meu orgulho de ter sido O COORDENADOR DO
PROGRAMA DE ELETRIFICAÇÃO RURAL DOS GOVERNOS
DE MIGUEL ARRAES, posteriormente considerado o MAIOR PROGRAMA DE ELETRIFICAÇÃO
RURAL DA AMÉRICA LATINA.
Esqueçam os carros e vamos pensar nos
pedestres, sobretudo relevando que é vida de gente que está posta em questão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é construtivo.