Não pretendia mais voltar a
questionar meu amigo Isaías, uma vez que nunca leva em consideração qualquer
aconselhamento para moderar sua ânsia por uma manchete e de posar de magnífico.
Mas a tempestade que ele montou
em torno de uma pretensa participação da Prefeitura no próximo Festival de
Inverno obriga-me a, mais uma vez, chamá-lo à uma reflexão, pois a sua
intervenção no episódio foi, no mínimo,
leviano diante das afirmações que fez e pela verdadeira Batalha de Itararé
que
tentou montar.
Vamos por partes:
1º - Nunca houve qualquer
pronunciamento do Governo do Estado sobre uma redução de dois dias do Festival.
Simplesmente após a participação da Prefeitura no festival de 2015, em que “bancou”
duas grandes atrações para dois dias de apresentação, qual sejam Ana Carolina e
Capital Inicial (parabéns pela feliz escolha), a Secretaria de Cultura do
Estado, de forma elegante e decente,
aguardou manifestação da Prefeitura de Garanhuns esperando que
fosse adotada idêntica posição no Festival deste ano.
2º - Em nenhum momento, aconteceu
qualquer pronunciamento do Governo do Estado anunciando redução de dois dias na
programação do próximo Festival. Tudo invencionice de quem falou nisso e, por sua
falsidade, deve explicações ao nosso povo.
3º - O Prefeito Isaías, talvez por dificuldades
financeiras que poderia ser uma justa razão como erradamente usou para
desculpar-se da extinção do Festival de Jazz, começou a inventar uma desculpa
esfarrapada de aguardar a conclusão de um procedimento investigatório
instaurado pelo Ministério Público sobre eventuais irregularidades, denunciadas
pelos Vereadores de Oposição, e pretendendo com isso impor regras às
autoridades sindicantes sob pena de não mais contribuir para maior grandeza do
Festival.
4º - Cabe aqui um parêntese para
analisar esse pretexto deselegante ensaiado pelo Prefeito através de todos os
meios de comunicação, acusando os Vereadores e assediando o Ministério Público
para forçá-lo a promover suas conveniências políticas: a) os Vereadores estão
cumprindo o seu dever institucional de fiscalizar o Executivo e seriam relapsos
se não o fizessem; b) se isso incomoda o Prefeito, só lhe cabe uma alternativa
que é mudar as leis da República e, lógico, a própria Constituição Brasileira;
c) existem normas que regulam os procedimentos penais e administrativos do
Ministério Público, bem como de todos os operadores do Direito e não dependem
da voluntariedade de quem quer que seja; d) sem determinação legal, meu caro
Isaías, nem o Presidente da República pode determinar prazos às autoridades
judiciárias, quanto mais um modesto (deveria ser!) Prefeito de Garanhuns.
5º - E agora, como fica, meu caro
amigo e Prefeito Isaías, se a razão não é dificuldade financeira ainda é tempo de – em gesto de grandeza –
contratar duas belas atrações, agradecer ao Governo do Estado, unir todos os
esforços para maior brilho do Festival ou, caso contrário, assuma de público
perante a população que errou no episódio e garanto-lhe que o povo entenderá. O
que o povo não gosta é de mistificação!
6º - Por oportuno, sobre a
ausência do verdadeiro foco da questão, lembro um texto que escrevi e divulguei
sobre “O Complexo de Bruguelos” e está à disposição de quem quiser, que termina
assim:
“Essa ideia entrou em minhas reflexões, comparando-a com a passividade
de Garanhuns diante dos malefícios que se cometem, constantemente, para seu
prejuízo, sem que se levante uma reação da sociedade organizada
(desorganizada?) da nossa terra. Nem quando arrostam prejuízos irreparáveis em
suas próprias atividades, tomam qualquer iniciativa para reverter os
procedimentos daninhos. Os exemplos são costumeiros, aberrantes, em sucessão
enfadonha, sem que se levante uma voz ou mobilização, sequer, de reação, protesto
ou revolta. Manifesta-se somente num enfadonho “piado de bruguelos famintos”,
lamuriento e sem fim do QUE JÁ ERA e do QUE ACABOU...e o lamento pela ausência
da ave-mãe que nunca chega com a comida!”
Ainda um último reparo: Da mesma
forma como se comportaram com o cancelamento do Festival de Jazz, durante esses
dias da falsa notícia do pretenso encurtamento do Festival de Inverno, NINGUÉM
ASSISTIU QUALQUER MANIFESTAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR DE SERVIÇOS LIGADOS AO
TURISMO – nem contra nem a favor! Como se nada estivesse acontecendo e que tudo
estaria no melhor dos mundos! Que me desculpem o desabafo, mas parece que vivem
noutra galáxia ou então: estão ricos demais!
Vamos acabar com essas disputas
mesquinhas, malucas, megalomaníacas. Vamos dar às mãos numa briga sadia de
união de esforços para o desenvolvimento de nossa terra. Vamos debater e
discutir nossas grandes necessidades, de forma civilizada e franca. Os tempos
mudam e não precisamos de espelhos retrovisores. Busquemos posturas de estadistas
e não de “velhos coronéis” para que prevaleça, SEMPRE, o interesse público e
não pessoais. Um dia, Garanhuns e nossos descendentes nos agradecerão!
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