A verdade tarda mas chega e, por
vezes, de forma inapelável. Uma simples e importante participação de cidadãos
garanhuenses – realmente preocupados e dispostos a formarem uma corrente do bem
VISANDO A GRANDEZA DE NOSSA TERRA, foi suficiente para restabelecer a real
situação que cercava a organização do nosso 26º Festival de Inverno.
Evidenciado que nenhum
representante do Governo do Estado falara em reduzir a importância do festival,
foi realçada a disposição de lideranças empresariais de apoiar e, com
determinação, contribuir para unir-se ao Poder Público, no sentido de garantir
a qualidade de um evento que está consagrado há um quarto de século como um dos
grandes eventos turísticos de toda a América Latina.
Não é novidade, para quem quer
que seja, as dificuldades financeiras que todos os governos – do Federal aos
Municipais – atravessam atualmente. Todos devem ter lido que nove Estados da
Federação estão com pagamento de pessoal atrasado, sendo que alguns deles
sequer pagaram o 13º salário de 2015! Pernambuco, de forma previdente, é um dos
poucos que mantém o seu equilíbrio financeiro. De forma inteligente, as
dificuldades foram contornadas garantindo a qualidade do nosso Festival do
Inverno e, além disso, com grande melhoria em certos setores. Vale a pena
aguardar a programação...
Deve ser realçada a
multiplicidade cultural, verdadeira condicionante da diferenciação com os demais
festivais que proliferam por aí, em tristes e pálidas imitações. A cidade não
para... O nosso é inigualável, com sua efervescência cultural, com suas
oficinas de artes, as manifestações populares espontâneas... vinte e quatro
horas por dia durante dez dias ininterruptos...Não é apenas a figuração de
cachês altos com artistas midiáticos que nem sempre correspondem à verdadeira
paixão do povo e com um efeito colateral terrível representado pela eterna
desconfiança sobre a autenticidade dos valores pagos... São nossos reisados,
pastoris, bumba-meu-boi, cocos de roda com o povo dançando logo de manhã na
avenida principal da cidade... São os contadores de história empolgando as
crianças atentas, o acesso fácil à leitura, os lançamentos literários, os
debates inteligentes... São a riqueza da beleza da obra dos nossos artesãos...
São a oportunidade do surgimento constante de novos valores artísticos de todas
as diversidades...São a variedade musical apresentada, desde a música erudita, MPB,
gospel e o forró!
O Festival de Inverno de
Garanhuns, bem como todos os outros festivais de nossa terra, não têm dono, não
têm carimbo, nem patente ou escritura de propriedade. É do seu povo, meu caro
amigo e Prefeito Izaías e, ainda bem, você entendeu a tempo. Viu como foi fácil...
Ao invés de ficar numa atitude recalcitrante de coação ao Ministério Público e
querer responsabilizar a bancada de oposição por querer cumprir o seu dever –
MARAVILHA Izaías! – entendeu-se com a Secretaria de Cultura e a Fundarpe e
acertaram os ponteiros do Estado e do Município.
Como disse nosso companheiro
Alexandre Marinho, em recente postagem, estamos em tempo de vacas magras e o
mais importante são as prioridades no serviço público e os objetivos eleitorais
são dispensáveis. A Nação vive momentos difíceis e, como dizia D. Helder: “O POVO SABE E ENTENDE”. Mais importante
que um show de “Safadão”, a preços estratosféricos, é a merenda nas escolas, o
remedinho nos postos de saúde, o emprego que está faltando à juventude e que só
se obtém com desenvolvimento e desenvolvimento só se obtém com o estímulo à
atividade econômica. O Povo quer também o lazer e a diversão, sabe a sua medida
e o seu julgamento é importante, pois conhece como ninguém as suas próprias necessidades.
Ninguém ilude o povo, todo tempo e em qualquer circunstância.
Essa ladainha que cercou de forma
lamentável a organização do Festival de Inverno, que é um tremendo investimento
na medida, em que proporciona geração de emprego e renda, circulação econômica
desde aos hoteleiros (ah! meus queridos e omissos amigos hoteleiros – maiores
beneficiários dessa circulação – que parecem viver no mundo da lua!) ao
vendedor de pipoca, nos arrasta à uma inevitável constatação e obriga-nos a
reabrir a questão do ridículo cancelamento do Garanhuns Jazz Festival. O Poder
Público Municipal ainda nos deve uma explicação convincente. Se era rentábil
sob o ponto de econômico e cultural, e a cidade de Gravatá o acolheu sem
dispender um centavo e apenas com o apoio da estrutura existente, por qual
razão Garanhuns resolveu dispensá-lo? Qual foi o esquisito interesse
contrariado? Como justificar o deserto em que se transformou Garanhuns durante
os dias de Carnaval, com restaurantes fechados conforme fotos divulgadas nas
redes sociais? E os Hotéis com índices ridículos de ocupação? Todos ganhariam ou
não com a realização do Festival de Jazz, inclusive a Prefeitura e o povo de
Garanhuns independente de suas preferências musicais?
Há anos que advirto que ao invés
de querelas secundárias e pobres de conteúdo, não buscamos uma conjugação de
esforços, a partir da convocação de todas lideranças para o aprimoramento dos
nossos eventos culturais, inclusive sobre o grandioso Festival de Inverno que
precisa de reformulação, novas ideias e formatação. Porque não se pensa de
forma séria e consistente na formulação de novos e enriquecedores eventos para
nossa cidade e nossa região? Ou, ao contrário, vamos continuar cancelando
alguns eventos já consolidados que causaram prejuízos irreparáveis? Não se
responsabiliza ninguém?
Porque não se pensa á mais tempo
da necessidade de uma praça de eventos permanente e com estrutura definitiva
que comporte o fluxo de público sempre crescente? De uma nova distribuição das
atrações e criação de novos empreendimentos? Porque não colocamos nossa
imaginação criadora na busca de novas atividades e enriquecimento deste
magnífico festival? Porque não convocamos todas as forças vivas do Município
para reformular e construir um planejamento através da atualização do nosso
Plano Diretor - obsoleto e incompatível com o desenvolvimento desejado? O que
nos obriga a tolerar a monotonia de sempre o mesmo, sem inovar, sem estimular
ideias e sem desenvolver vocações? Vamos continuar conduzindo nossa terra perdendo
posição e assistir outras cidades ultrapassando a nossa passividade, como na
comparação que escrevi sobre o Complexo de Bruguelos, à eterna e cansativa espera
da ave-mãe que venha nos alimentar? E até quando ficaremos nessa pasmaceira
infinita? Aguardando migalhas e sobras de banquetes, sem assegurarmos aos
nossos descendentes o lugar que merecemos?
O povo e, sobretudo, os
comunicadores com a palavra!
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