Para não ser muito prolixo, vou tentar
descrever o desvario por cada setor de atividade neste Brasil e vou tentar
exemplificar as coisas a partir da paixão nacional: futebol, em face do que
acabei de assistir e acompanhar pela imprensa o resultado da participação do
Brasil na Copa América.
1.
A nação Brasileira, detentora de um Penta
Campeonato Mundial, sofre em sua casa uma retumbante derrota de 7 a 1 da
Alemanha na Copa do Mundo de 2014 e a máquina (ou máfia) oficial do futebol
continua imperturbável como se nada tivesse acontecido e somente diante do
clamor popular, muda o técnico e prossegue tudo com dantes. Convoca-se uma nova
comissão técnica, comandada por especialista em chupar a própria língua que
passou quatro anos desempregado e continua sem nunca ter sido técnico de nenhum
clube brasileiro ou estrangeiro já que nenhum clube teve coragem de contratá-lo,
salvo uma curta passagem pelo Internacional, e um Coordenador cuja conhecida profissão
é a de Empresário de Jogadores de Futebol. Não dá para entender.
Essa dupla, depois de convocar, treinar e botar em
campo uma seleção medíocre com participação de jogadores que ninguém tinha
ouvido falar e alguns jogam em times que ninguém sabe sequer pronunciar os
nomes. Poucos reclamaram ou contestarem, sobretudo a crônica esportiva, que em
estranho conluio optaram pela leniência e omissão, salvo honrosas exceções. Só
depois do desastre, é que surgem monstros sagrados da crônica esportiva,
levantando restrições sobre a organização tática e técnica da seleção e
convocação imerecida de alguns jogadores. É um contra senso total.
Impressionante é que, conforme a imprensa acaba de
noticiar, um dos símbolos do esporte nacional sem o menor deslize profissional
ou pessoal, o respeitado Zico, fez referência com justas razões ao evidente
conflito de interesses oriundo da dualidade de Coordenador de nossa seleção e
Empresário de Jogadores.
Foi suficiente para o Coordenador Gilmar fazer pose de
ofendido, levantar dúvidas quanto a honorabilidade de Zico e tentar inverter os
fatos ao ameaçá-lo com um processo na Justiça. Esse estilo do moço segue a
escola que está se arraigando no Brasil na base da histriônica formulação de
Stanislaw Ponte Preta: “Se todos são
corruptos, estamos justificados e locupletemo-nos todos”. Lembro com mais
precisão daquele personagem criado pelo saudoso Chico Anísio com o bordão de “Sou, mais quem não é ?”. Alegar a
generalização da corrupção é honesto ?
Fizeram uma participação bisonha na Copa América ao deixar
empatar o jogo com o Paraguai, na forma de um pênalti cometido por um zagueiro
de seleção, em lance hilário, que serviu de charges imediatas o figurando como um
jogador de volei dando uma cortada em plena grande área. Depois disse que “não me lembro de haver tocado a mão na bola!”
Para coroar, na decisão do empate, dois penaltis desperdiçados de forma
ridícula e o treinador Dunga declarando em entrevista coletiva de forma ridícula
e irresponsável que substituíra Robinho porque estava cansado e àquela altura do
jogo não estava pensando em cobrança de pênaltis.
Confissão de irresponsabilidade total de um técnico, sabido
que em jogos chamados de mata-mata a decisão por pênaltis é uma inevitabilidade
e todos treinam exaustivamente sua cobrança desde antes do jogo. Que estória da
carochinha é essa? que jogadores de seleção são esses que não tem forma física
para suportar os normais 90 minutos de uma partida ? E se não tinham condição
física bastante, porque foram escalados e entraram em campo ? Como admitir que
um técnico de uma seleção desconheça coisa tão elementar. É surrealismo puro.
Como se não bastasse, o Sr. Dunga confessou a sua
incompetência e absoluto despreparo para a missão, quando completou a
declaração à imprensa dizendo que “a
experiência foi ótima para a seleção” (pelo visto, não bastaram os 7 a 1,
nem o vexame da Copa América).
Pirou de vez e necessita urgente de uma intervenção
psiquiátrica ou então considera o povo brasileiro como um aglomerado de imbecis.
Aí fica fácil entender a histórica e fantástica
corrupção que há muitos anos domina o futebol brasileiro, tão forte que é
protegida por uma notória “Bancada da
Bola” no Congresso Nacional, denunciada corajosamente em plenário pelo
surpreendente Senador Romário. Lembrem que uma CPI do Futebol foi arquivada por
atuação dessa bancada. E para a CBF cair nas páginas policiais, foi precisa a
ação do FBI que mantém preso em terras da Suiça o tal de Marin, ex-Presidente
da CBF, sede do futebol mundial; fez o atual Presidente Del Nero, voltar às
carreiras para o Brasil em pleno transcurso da Assembléia da Fifa; e o outro
ex-Presidente Ricardo Teixeira abandonar às pressas os Estados Unidos onde estava
residindo. Verdadeira debandada geral, salve-se quem puder.
A sucessão dos episódios deixa transparecer que, para nossa
tristeza e vergonha, a fantástica corrupção da FIFA, teve sua genetriz e também
foi institucionalizada por influência da experiência brasileira na CBF, sabido
que o brasileiro João Havelange foi Presidente da FIFA durante o curto (!) período
de 24 anos até deixar em seu lugar o Joseph Blatter e na Presidência da CBF o
seu genro Ricardo Teixeira. Daí começou a bandalheira que tomou conta do mundo
inteiro. É muita coisa sem juízo!
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