sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A PRIMEIRA VIAGEM DE AVIÃO DE CÍCERO


Nosso querido motorista Cícero, que todo o mundo conhece em Garanhuns, vivia sempre reclamando que há mais de dez anos não via sua mãe morando em São Paulo e já estava bem velhinha. Meu filho Pedro Leonardo, sensibilizado, resolveu patrocinar uma viagem de avião para Cícero ir ver sua mãe e tomou todas as providências necessárias: reserva feita, passagem de ida e volta comprada, e na data marcada ele estava no aeroporto para embarcar.
Minha querida nora Malú, preocupada com a inexperiência e o absoluto ineditismo de viagens de avião, levou Cícero – mesmo que um tanto temeroso - para o embarque e adotou todas as providências para que tudo corresse direitinho.

Não teve dúvidas e de forma previdente, invocando a sua fé de ofício médico, escreveu em um papel de receituário e carimbou embaixo uma declaração “A QUEM AJUDAR POSSA” informando que se tratava de uma pessoa idosa com mais de sessenta anos, hipertenso, nunca viajara de avião e analfabeto juramentado.
Na chegada ao Aeroporto e logo no “check-in”, que Cícero logo denominou de “Chequinho”, mediante a declaração apresentada por Malú, ele foi acolhido de forma especial e conduzido até ao avião pelo funcionário da empresa de aviação que o acomodou logo na poltrona de frente e o recomendou ao pessoal de bordo.

A assistência foi tanta que mereceu a atenção do próprio comandante que, chegando no aeroporto de São Paulo, teve o cuidado de abordá-lo e perguntar se a viagem tinha sido boa, ao que ele logo respondeu:

“Beleza, Comandante !, foi tudo bem, a não ser uns “catabís” que o avião deu de vez em quando lá pra traz”

 

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