Contemplando o panorama
brasileiro do ALTO DOS MEUS 90 ANOS, fico desesperado com o desencanto e a desesperança
que se arraigou no espírito da Nação, como se,
de repente, um imensurável buraco negro tivesse tivesse engulido nossos
princípios, nossos valores, nossas convicções e todos nossos sentimentos de
honradez e decência.
Assusta-me o clima
permanente de combate e duelo à moda das rinhas que só terminam com a morte dos
contendores. Cultiva-se uma permanente beligerância em que a norma é destruir,
sem contemplação, a reputação alheia. Divide-se a Nação em duas bandas, em que
a minha não erra e a sua é de bandidos; a minha é composta de proceres da
República e a sua é de corrúptos; a minha é vitima de conspiração e a sua é
protegida pelo Judiciário; aguçam-se as divergências sem que ninguém busque as
convergências, ao reverso do que sempre a Política defendeu: O diálogo, o bom
debate, a dialética civilizada !.
Mas, continuo um otimista
incurável. Ainda acredito no Brasil e nas suas potencialidades, inclusive
humanas. Existe, sim, muita gente decente a ser considerada, mesmo intimidada
pelo clima de ódio e intransigência implantado, propositadamente, para afastar
os bons. Querem nos impingir um círculo de gís intransponível, reduzidas à
epítetos de coxinhas, mortadelas e golpistas, como se fôssemos participantes de
bate-boca de comadres em porta de boteco. Não se discute a boa política e o
campeão será o de melhor uso dos dicionários de palavrões.
Seria tão difícil de
entender que a saída possível e inarredável é o fortalecimento das instituições
- mesmo precárias - através do respeito à Constituição e às Leis dela
decorrentes. Na democracia é assim, gente, e esse apelo demagógico às
"diretas", sabendo de sua inviabilidade imediata, é demagogia
populista e desvio do verdadeiro foco da questão. Façam uma experiência, como
estou fazendo, para a busca de nomes inatacáveis que comprovem a sua existência
nesse apenas aparente deserto de GENTE DO BEM.
Comecem a listar figuras -
dentro da política e fora dela - não comprometidas com a bandalheira geral, que
não estejam indiciados nem processados e, muito menos, condenados por corrupção
ou outro ilicito qualquer e não vale desqualificação seletiva de sentenças já
decretadas e não revogadas; com credibilidade para montar um governo de
salvação nacional, acima de qualquer suspeita. Garanto-lhes que tem muita gente
boa que atende ao perfil desejado. Experimentem com paciência e fé para
comprovar o que digo. É só procurar e jogar a opinião pública em defesa de um projeto
que já foi já adotado no mundo inteiro, inclusive no Brasil, com sucesso.
Lembrem Gandhi na India
pós-colonialista; o Pacto de Moncloa; na Espanha pós-Franco; Mandela na África
do Sul pós- apartheid; em Portugal de Mário Soares da pós-Revolução dos Cravos;
na Irlanda pós-Ira que o obscurantismo do BREXIT ameaça destruir; e vai por aí
afora...
Mas tem uma regra simples a ser
cumprida com todo o empenho: ESQUEÇAM O
ÓDIO QUE DIVIDE A NAÇÃO E BUSQUEM AS CONVERGÊNCIAS QUE UNEM O POVO. Lembro
uma lição que aprendi com Arraes; "Na
dificuldade, procurem o povo que ele nos ensinará o caminho".
Aposto tudo que construi na
vida que, para os 14 milhões de desempregados que estão desesperados sem um pão
no fim do dia e um cuscús no almoço, essa arenga de meninos malcriados expostas
nas redes sociais não tem a menor importância ! O diabo é que todos têm a
arrogância de falar em nome do povo.
Viva o Brasil, que é mais
importante que todos nós e de querelas de porta de botecos !
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