A oportuna intervenção de Julianne, lembrando
ser neta de Gerson Freire, trouxe um turbilhão de gente à minha memória e
apertou a saudade. No texto anterior, fiz referência ao terreno da esquina,
confrontante à nossa casa, que junto à casa de Dr. Coelho, abrigou muitas vezes
festas promovidas pelo Democrático, nos moldes das Festas da Mocidade
(guardando as modestas proporções, claro...), com direito a palco, artistas,
bares e escambal.
Lembro, com muita saudade, Dr. Coelho e Dona
Nair, e aquela “penca” de filhos maravilhosos. Quantos netos, bisnetos estarão
por aí sem que a gente os encontre, apenas me confortando a certeza de que,
estejam onde estiverem, estarão honrando o seu DNA. Eu mesmo, queridos amigos,
já tenho uma bisneta mocinha com 12 anos e vivo torcendo para ganhar um
tempinho de conhecer um trineto!
No mesmo terreno um bom campo de voleibol e pra
quem não sabe, fiquem sabendo que Arcoverde tinha um dos melhores times de
vôlei da época e disputava a hegemonia no cenário estadual. Foi a evocação de
Gerson que me despertou a lembrança do excelente time do Democrático, na época.
Tinha um trio famoso de jogadores composto pelos irmãos Edson, Evaldo e Edvaldo
que teriam lugar certo em qualquer time contemporâneo. Onde andarão os queridos
amigos e suas famílias ? Atenção,
queridos amigos Cassiano e Brandão, jogando por Garanhuns você duelou com esse
time de Arcoverde. Lembra os nomes de lá e de cá ?
Depois da casa de Dr. Coelho, ainda está lá
de pé o Cine Teatro Rio Branco de propriedade de Dr. Pedrosa, então dentista
da cidade e que não sei se deixou descendentes. Como todos os cinemas de todas
as cidades, foi um marco na vida cultural da cidade. As clássicas matinês com
os filmes de cauboy, acompanhados com um episódio das séries ansiosamente esperadas
à cada semana, na medida em que cada uma terminava sempre (como as novelas de
hoje) com um momento de suspense que se tornava
assunto dominante da semana, pela meninada, discutindo as prováveis
soluções heroicas dos mocinhos.
Para variar, vez em quando, surgiam artistas
diversos para se exibirem no palco e, até algumas companhias teatrais como a de
Barreto Junior, com seus famosos “cacos” e “gagues” que levavam seus
assistentes a um delírio. Existe um deles, muito famoso, que ouvi de
Epaminondas França (pai de nossa Fernandinha), e como muito extenso, não cabe
neste comentário. Fico devendo!
E os descendentes de Noé Nunes Ferraz, alguns
deles queridos amigos de infância, que
era uma das mais expressivas figuras da cultura de “Rio Branco” ? Lembro, quando
chegamos lá, ter encontrado ainda em alguns muros da cidade, uma quadrinha de
propaganda de uma padaria que Noé possuiu antes de instalar o famoso “Bar e
Sorveteria Confiança”: Dizia assim:
SALOMÃO REI DA CIÊNCIA/ NA FORÇA FOI O SANSÃO/
PADRE CÍCERO NA SAPIÊNCIA/ E NOÉ NUNES FERRAZ....NO PÃO!
Depois montou o bar e restaurante,
caracterizado pela existência de cartazes com ditos jocosos, gaiatos que tenho
alguns gravados na memória. No tempo em que rádio era uma preciosidade, alimentado
à bateria de carro, por falta de energia elétrica regular, costumava-se dizer,
ao invés de LIGAR o rádio, BOTAR o rádio. Preocupado com a integridade do seu precioso
instrumento de comunicação para atrair os clientes, Noé fez um cartaz e colocou
em baixo do rádio, suspenso numa prateleira: “TEM RÁDIO ? BOTE O SEU. SE NÃO TEM, NÃO BOTE O MEU
!...
Encontrei ainda no salão umas quengas de coco
penduradas por barbante que Noé, quando interpelado sobre a natureza daqueles
troços, respondia com firmeza: “TANTO VENDO COCO, COMO GOSTO DE GUENGA.” E caia
na gargalhada.. Mas, as histórias de Noé dão um livro inteiro e irei escrevendo
depois, na medida do possível. O único dos seus filhos de quem tenho notícia
mais recente foi de Cleomadison, mas deve existir um montão de seus
descendentes por aí.
Dona Alice, querida comadre de meus pais, com
um bando de filhos que consideramos como irmãos: Alicinha, Zezé, Oton, Jones,
Cleto e vai por aí afora. A última notícia que tive deles foi a presença de um
filho de Jones, Jones Filho, morando e trabalhando em Garanhuns.
Já fiz, na crônica anterior, uma referência a
Antônio Napoleão – um dos ícones dos meus tempos de menino até hoje – mas o que
é feito dos seus descendentes , a começar pelo filho mais velho que tinha o nome
do seu avô Sálvio Neto ? E os seus irmãos Euclides, Mario Caboré, Lucilo, Waldemar
que marcaram a história de Arcoverde, o que é feito de suas famílias ?
James Pacheco, Alice e Jamildo, grande e
fieis amigos de nossa família, com quem sempre mantivemos uma calorosa amizade.
Clovis Padilha e querido amigo Cleto (tive notícias que morreu recentemente)
parceiro da juventude também em Garanhuns, onde estudou. Foi o orador da
homenagem na inauguração da Quadra Coberta do Colégio Cardeal, que tomou o nome
do meu pai Zébatatinha. E seus descendentes que não temos ideia se existem e
por onde andam ?
Conheci Wilson Porto com toda sua paixão
inarredável pela política, e recordo alguns dos seus descendentes, mas não
tenho notícias deles recentemente. A grande figura de Dr. Carlos Rios advogado,
jornalista respeitável e muito conceituado no Estado inteiro. Seu filho Ayron,
companheiro de meu cunhado Áureo nos times de futebol do Democrático, e
posteriormente eleito Deputado Federal representando Arcoverde.
Dr. Francisco Saboya, Engenheiro-Chefe do
DNOCS, sua esposa D. Maria do Carmo, que com justiça deu seu nome ao Açude Poço
da Cruz. Seus filhos Carlos José (Dedé), Fernando, Ricardo e Francisquinho
foram meus contemporâneos e amigos de infância, de quem guardo muita
recordação.
Dr. Abelardo Lôbo, Engenheiro-Chefe do Dnocs,
também residente naquela casa que ainda está de pé e duas filhas Zezé e
Gioconda, de quem não tenho notícias apesar de ter como nora/filha Marise, neta
de Seu Alberto Lôbo, irmão de Dr. Abelardo.
Para não ficar muito extenso, por enquanto
vou parando por aqui. As lembranças são muitas e a cabeça ferve de recordações!
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