quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A QUESTÃO DA CAIXA PRETA

Decididamente, meu caro amigo Izaías, estou preocupado com sua incontinência verbal, pois quanto mais fala mais comete deslizes. Em recente entrevista na Rádio Jornal, conforme noticiário repercutido nos blogs da cidade, abordou uma questão muito séria que envolve a Câmara de Vereadores acerca de uma pretensa caixa preta existente, denunciada pelo Vereador Alcindo Correia e contestada pelo seu Presidente, Vereador Gersinho Filho, sem esquecer que Alcindo avisou que após o Carnaval iria denunciar e abrir a tal “caixa preta”.

Conforme divulga o blog de Carlos Eugênio, “o Prefeito Izaías Régis (PTB) deixou claro que não vai se envolver na confusão gerada na Câmara de Vereadores de Garanhuns por conta das declarações do vereador Alcindo Correia (PSDC), que revelou não concordar com os serviços de reforma que vêm sendo realizados no prédio do Poder Legislativo Municipal e prometeu fazer revelações após o período carnavalesco, ação ainda não concretizada. 

NÃO VEJO E NEM QUERO VER! PORQUE NÃO ENTRO NA SEARA DOS PARLAMENTARES, POIS SÃO TODOS MEUS AMIGOS!”. Foi com essa posição que Régis respondeu ao questionamento do jornalista Eduardo Peixoto, durante entrevista na Rádio Jornal sobre o polêmico tema. Apesar de se mostrar alheio a polêmica, o Prefeito fez questão de avaliar a situação como “Cidadão de Garanhuns” e considerou desnecessária a confusão, haja vista NÃO VER, ATÉ O MOMENTO, QUALQUER PROBLEMA NA CÂMARA DE VEREADORES E NÃO ACREDITAR “NESSE NEGÓCIO DE CAIXA PRETA”, pontuou Izaías.”

Veja, caro amigo, quanta contradição você comete. Para começo de conversa, afirma que não vai se envolver na confusão gerada por conta das declarações do Vereador Alcindo, pois todos são seus amigos e na mesma hora diz não acreditar nesse negócio de Caixa Preta, ou seja, DESACREDITA a afirmação de Alcindo. Antes de mais nada, esquece que é o Prefeito, supremo mandatário do Município, e que não deve fazer declarações desse tipo, dizendo e se desdizendo ao mesmo tempo, sem qualquer justificativa séria.

Essa desculpa também de alegar que não entra na questão “POR SEREM TODOS SEUS AMIGOS” não pode ser justificativa, uma vez que se trata de uma questão séria denunciada por um Vereador e não uma rifa entre amigos. É uma denúncia grave e eu admitiria até a desculpa se alegasse a questão da autonomia dos poderes, desaconselhando  institucionalmente sua interferência, mas não a fragilidade de uma leniência frouxa em que, pelo acumpliciamento da amizade todos se salvariam. Nós estamos tratando da coisa pública que exige tratamento sério e não evasivas.

Meu caro Izaías, D. Helder já dizia que : “o povo sabe....” e não admite ser tratado como um bando de imbecis. A questão está colocada e exige uma resposta clara, sem sofismas e sem fuga do seu foco: OU A SUA CRENÇA É VERDADEIRA, NÃO EXISTE CAIXA PRETA E ALCINDO FEZ CHANTAGEM COM AMEAÇAS À MESA DIRETORA DA CASA ou, ao inverso, SUA CRENÇA NÃO PROCEDE E ALCINDO ESTÁ NA OBRIGAÇÃO INARREDÁVEL DE ABRIR A TÃO FALADA CAIXA PRETA.

Sem quaisquer ilações cavilosas ou insinuações maldosas, pois não sou de fazer acusações sem fundamento, reclamo que o grande foco da questão ainda não foi considerado, abordado e muito menos esclarecido: Por quais razões, um prédio novo com apenas cinco anos de uso, está a exigir uma “reforma” ao custo inicial de quase SEISCENTOS MIL REAIS? Dentro do quadro de crise nacional, a situação do prédio está tão degradada a ponto de exigir prioridade para essa “reforma”?  Se a prioridade não é tanta, porque não se dá um melhor destino a tão expressivo recurso? Se houvesse um acordo do bem, entre o Prefeito e a Câmara, não teria sido suficiente para investir produtivamente essa verba, capaz até de bancar DOIS Festivais de Jazz com excepcional retorno econômico e cultural ao Município? 

O Brasil inteiro está assustado com uma onda avassaladora de corrupção que parece dominar todos os setores da sociedade, e todo agente público tem o dever de esclarecer de forma transparente toda e qualquer dúvida levantada. Não existe outra saída, resolvam a questão pois o povo está cansado e, se por acaso você negar-se ao esclarecimento eu respeito pois somos amigos, mas não aceito que mande preposto me responder. 



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