segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

TRISTE PRESENTE DE NATAL PARA GARANHUNS

Em plena véspera do Natal, leio estarrecido e triste, a notícia manchete dos jornais do dia, anunciando que o “FESTIVAL DE JAZZ SE MUDA PARA GRAVATÁ”. Enquanto Garanhuns perde, o Interventor/Prefeito de Gravatá anuncia jubiloso: “GANHAMOS UM PRESENTE DE NATAL”!

Diante de tamanha barbaridade, chego a duvidar da notícia, mas a matéria publicada não deixa dúvidas quanto a sua autenticidade e importância, nem pode ser atribuída aos intolerantes (?) divergentes que militam em nossa amada terra.

Diz a publicação da capa 2 do Jornal do Comércio que: “ A Prefeitura de Gravatá não perdeu tempo. De olho no potencial turístico , econômico e cultural, vai abrigar o festival de jazz que a Prefeitura de Garanhuns resolveu cancelar, após sete edições de sucesso, durante o Carnaval”.Por mais extravagante que seja a triste notícia para Garanhuns, nada acontece por acaso e, como na fábula do jabuti, se aconteceu é porque alguém colocou o jabuti na árvore. Não é do meu feitio buscar culpados, mas alguém deve ser responsável pelo ocorrido. Consultei notícias anteriores que já corriam pelas redes sociais e pela imprensa prevendo o inacreditável desastre e começo a me convencer que, como a Pátria Brasileira, Garanhuns é um barco sem rumo, sem planejamento, sem programa e sempre sujeito à voluntariedade dos seus eventuais dirigentes.

A primeira página do Caderno C do Jornal do Comércio de sábado último (19/12) já decretava “GARANHUNS SEM FESTIVAL NO CARNAVAL”, por conta de uma infeliz decisão que não se sabe se foi do Prefeito ou se “foi tomada  de maneira coletiva por outras Secretarias envolvidas no planejamento” no dizer das declarações da Secretária de Turismo na aludida matéria. Na mesma declaração, a nossa querida Gerlane Melo, em tentativa frustrada de absolver o seu chefe, faz uma estapafúrdia declaração: “A gente (as secretarias envolvidas) teve a sensibilidade da importância do evento, porém, com a crise econômica que todos os municípios estão passando, nós tínhamos que abrir mão de um dos grandes eventos que realizamos. E o resultado do levantamento nos trouxe os dados de que o JAZZ ERA O QUE TINHA O MAIOR CUSTO/BENEFÍCIO. Ele foi suspenso, mas deve ser retomado em 2017”.

Que levantamento foi esse, cara Gerlane, pois Ronaldo Cesar resgatou, em seu blogue, uma matéria de um ano atrás publicada na página oficial do Município, destacando o sucesso do Festival de Jazz daquele ano e o bom resultado econômico para Garanhuns. Pergunta-se, simplesmente, qual é a verdade: A DO ANO PASSADO OU A DE AGORA?

Pela primeira vez, fala-se em dificuldade econômica do Governo Municipal e é importante a busca da verdade. Por uma questão de transparência, porque não divulgam os custos/benefício dos outros festivais citados? Será que não existiriam alternativas mais modestas que, sem interrupção, assegurassem a manutenção de um festival já consagrado e reconhecido no calendário nacional durante sete anos? Será que Garanhuns está em maior crise financeira do que Gravatá que acaba de sofrer uma intervenção e tem salários do funcionalismo atrasados? Qual a razão do tardio e decepcionante anúncio (à quarenta dias do seu início!) surpreendendo todos os agentes econômicos, empresariais, culturais e artísticos envolvidos? Como administrar o prejuízo inevitável dos hotéis, pousadas, bares, restaurantes, lojas e demais serviços que investiram na expectativa de um programado e exitoso festival? As aplicações de recursos nos Festivais (todos eles) são despesas ou investimentos?

Como reconhecida profissional que é, cara Gerlane, sabe muito bem que a continuidade, persistência e constância são condições fundamentais para o desenvolvimento e consolidação de eventos desta natureza. Não pode negar que sua descontinuidade representa um prejuízo nunca mais recuperável. Qualquer planejador por mais primário que seja – e não é o seu caso, cara Gerlane - tem plena consciência de que não perdemos apenas uma um edição do Festival de Jazz, mas, com certeza, o Festival de Jazz de Garanhuns e todo o trabalho e esforço de sete longos anos dispendidos para sua consolidação.

Sem derrotismos, vamos inventar outro, porque esse acabou melancolicamente...

Temos a obrigação de sermos sinceros com a população e não ficar falando em 2017 !

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