domingo, 31 de janeiro de 2016

É DIFÍCIL ESQUECER O MALOGRADO FESTIVAL DE JAZZ

O assunto está ficando enfadonho e pode até parecer implicância, mas não é. Tenho amizade e respeito ao Prefeito Isaías que costuma dizer, para meu orgulho, que aprendeu a fazer politica comigo quando, ainda rapazinho, acompanhava minhas candidaturas no tempo da ditadura. Ele pode até não ter sido um aluno exemplar, mas faço-lhe justiça garantindo que isso é verdade, num tempo em que muitos que hoje possam de “democratas”, evitavam passar pela minha porta e mudavam de calçada para não me cumprimentar. Por isso o meu respeito.

Sou obrigado, entretanto, a observar os deslizes verbais que o prezado amigo vem cometendo reiteradamente e entendo que são preocupantes, por fugirem ao mais elementar bom senso. Primeiro foi a lamentável solidariedade prestada aos Secretários da Prefeitura que desobedeceram à Sra. Vice-Prefeita em pleno exercício do cargo, sob o pretexto absurdo de que seriam membros de sua equipe e, textualmente, afirmando que a Vice-Prefeita não tinha equipe. Transformou uma elementar questão institucional em uma ridícula querela pessoal!

Agora, para justificar uma desastrada decisão de cancelar o Garanhuns Jazz Festival, dispara desculpas não convincentes e as mistura com acusações inverídicas e despropositadas ao Governo do Estado, em recente matéria publicada pela Folha de Pernambuco, do dia 24 do corrente, e repercutida pelo blog de Carlos Eugênio. Convém transcrever uma parte dessa matéria:

“Izaías acusa Governo do Estado de tentar cooptar Prefeitos Oposicionistas
O Festival de Jazz, que acontecia em Garanhuns e será realizado em Gravatá é um dos exemplos da crise. A transferência da festividade passou pela falta de verbas por parte da Prefeitura, mas o Prefeito Izaías Regis (PTB) aproveitou a posição do Ministério Público de Contas de Pernambuco para criticar a postura do Governo do Estado, com relação à distribuição de recursos para o Carnaval. 

Régis tomou a decisão de não investir no Festival de Jazz e realizar uma modesta programação carnavalesca, por conta da baixa arrecadação. “ESTÁ TUDO CERTO. SALÁRIO ATRASADO NÓS NÃO TEMOS. MAS, COMO FEVEREIRO TEM UMA ARRECADAÇÃO PEQUENA, CORRÍAMOS O RISCO DE NÃO CUMPRIR COM A FOLHA DE PAGAMENTO. ACHO QUE A POSIÇÃO DO MPCO-PE ESTÁ CORRETA. AGORA, ESTOU SENTINDO QUE O GOVERNO DO ESTADO ESTÁ PATROCINANDO ALGUNS CARNAVAIS DE PREFEITOS DE OPOSIÇÃO PARA TRAZÊ-LOS PARA A SITUAÇÃO. A SECRETARIA DE TURISMO DO ESTADO DISSE QUE DARIA PARA O FESTIVAL O MESMO VALOR DO ANO PASSADO, R$ 120 MIL, MAS O MONTANTE AINDA NÃO FOI PAGO”, reclamou o Prefeito Garanhuense.”

Acusação gratuita, sem qualquer fundamento ou confirmação, incompatível com a responsabilidade de legítimo mandatário de Garanhuns e conflitante com a dignidade do cargo que ocupa. Além disso, suas declarações encerram algumas contradições que exigem explicação:

1º - Quando diz que “FEVEREIRO TEM UMA ARRECADAÇÃO PEQUENA” revela o óbvio ululante em face do Carnaval ter perdido sua tradição  em Garanhuns a muito tempo. Nossa população divide-se entre às idas para Olinda e Recife para curtir o Carnaval de lá, ou ir às praias curtir o sol ou, ainda, permanecer em casa assistindo o Carnaval pela televisão. Parece até que não informaram ao nosso ilustre alcaide que nos últimos oito anos, foi criado um tal de Garanhuns Jazz Festival que, conforme informação da própria Prefeitura, no último ano de 2015 promoveu uma ocupação de 95% de nossa rede hoteleira. Seguramente, portanto, que esse próximo fevereiro prenunciava uma arrecadação NÃO MAIS PEQUENA.

2º - Diz, profeticamente e sem qualquer comprovação, que está “SENTINDO QUE O GOVERNO DO ESTADO ESTÁ PATROCINANDO ALGUNS CARNAVAIS DE PREFEITOS DE OPOSIÇÃO PARA TRAZÊ-LOS PARA A SITUAÇÃO”. Essa sua percepção sensorial é fruto de pressentimento, bola de cristal, telepatia, mediunidade ou mera aleivosia?

3º - Quando complementa a aleivosia dizendo: “ESTÁ DANDO UM EXEMPLO TERRÍVEL. ELES VÃO ATRÁS DE PESSOAS DO PTB PARA OFERECER O CARNAVAL”, se obrigaria a esclarecer quem são os “ELES” (aliciadores referidos) e ademais relacionar quais foram as “PESSOAS DO PTB”, ou seja, quais foram os Prefeitos do PTB procurados. Por exemplo, o nosso Prefeito como Prefeito do PTB foi um dos procurados e ele afirma isso como “exemplo terrível” por ter sofrido o assédio ou se “sentiu” desprestigiado por ter não sido procurado?

4º - E quando afirma que o Secretário de Turismo do Estado “DISSE QUE DARIA PARA O FESTIVAL O MESMO VALOR DO ANO PASSADO, R$ 120 MIL, MAS O MONTANTE AINDA NÃO FOI PAGO”, aí eu não entendi mais nada, meu caro Isaías. Você não acha que manter a mesma verba do Estado, diante da crise, não seria de bom tamanho? E se a verba do Estado era para o Jazz Festival seria lícito liberar o seu pagamento antecipado, mesmo depois de declarada a extinção do Festival?

O mais lamentável nisso tudo é que de acordo com declarações formais e não desmentidas do Sr. Secretário Estadual de Turismo e do Sr. Prefeito de Gravatá, o Poder Público não está gastando um centavo, sequer, com o Festival de Jazz em Gravatá, uma vez que  está sendo bancado por patrocínios privados. Não seria mais acertado que, ao invés de estar “chorando o leite derramado”, reconhecer o erro cometido e tomar o bom exemplo para que nunca mais se repetisse esse triste episódio tão prejudicial para nossa terra?


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é construtivo.