terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A PARABOLA DO FARISEU E O PUBLICANO

Há dois mil anos atrás, Cristo já pregava a humildade que as pessoas deveriam manter, mesmo nas orações diante de Deus, quando se dispensam de confessar e reconhecer os seus pecados, com a pretensão egoísta de se colocarem acima dos seus semelhantes.

O ensinamento bíblico é citado apenas no Livro de Lucas, Capítulo 18, Versículo 14, e refere a história de um fariseu obcecado por sua própria virtude que é contrastado por um publicano que, humildemente, pede a Deus misericórdia. Diz o texto da parábola anunciada por Cristo:

“Subiram dois homens ao templo para orar: um fariseu e outro publicano.
O fariseu, posto em pé, orava dentro de si desta forma: Ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, que são ladrões, injustos, adúlteros, nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
O publicano, porém, estando a alguma distância, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim pecador.
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; PORQUE TODO O QUE SE EXALTA, SERÁ HUMILHADO; MAS O QUE SE HUMILHA, SERÁ EXALTADO.”

Como se vê, de há muito o próprio Cristo condenava os que renegam a humildade, e  esquecendo a bondade, abrigam no coração, apenas, o sentimento indisfarçado de colocarem-se acima dos seus semelhantes e, até, diante de Deus.

Por isso mesmo, fiquei encantado com a decisão do Papa Francisco, quando determinou que todas as paroquias abrigassem, pelo menos, duas famílias de imigrantes. Isso, para mim, é SOLIDARIEDADE que nivela os homens e não a caridade que mantém a desigualdade infamante. 

Da mesma forma que o rancor e o ódio no coração só fazem mal a quem os abriga, igual malefício causa também a quem agasalha a empáfia e a arrogância, na pretensão idiota de se sobreporem a seus iguais. Triste, muito triste o maldito exemplo que assistimos muitas vezes, demonstrado por uma postura prepotente de quem se imagina acima do bem e do mal e, o que é mais contundente, superior a todo o universo que o cerca.

Será que estamos perdendo a noção de nossa pequenez? De nossa insignificância diante de tanta desigualdade, tanta miséria, tanta violência que não conseguimos conter e, por vezes, ainda estupidamente a estimulamos? Da inversão de valores que estamos alimentando com o endeusamento do supérfluo e do dispensável?

É lastimável, mas esse é outro grande mal que se apoderou, de forma doentia, do nosso corpo social, que está a exigir correção, reparo e reprimenda pela própria sociedade. Praza aos céus que se extinga, para prevalência da solidariedade que deve presidir a conduta humana.


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