domingo, 5 de abril de 2015

NOVAS EVOCAÇÕES DE ARCOVERDE

Como já falei, considero Arcoverde minha segunda terra e os comentários provocados atiçaram ainda mais a afetiva recordação que tenho de lá.

A oportuna intervenção de Julianne, lembrando ser neta de Gerson Freire, trouxe um turbilhão de gente à minha memória e apertou a saudade. No texto anterior, fiz referência ao terreno da esquina, confrontante à nossa casa, que junto à casa de Dr. Coelho, abrigou muitas vezes festas promovidas pelo Democrático, nos moldes das Festas da Mocidade (guardando as modestas proporções, claro...), com direito a palco, artistas, bares e escambal.
Lembro, com muita saudade, Dr. Coelho e Dona Nair, e aquela “penca” de filhos maravilhosos. Quantos netos, bisnetos estarão por aí sem que a gente os encontre, apenas me confortando a certeza de que, estejam onde estiverem, estarão honrando o seu DNA. Eu mesmo, queridos amigos, já tenho uma bisneta mocinha com 12 anos e vivo torcendo para ganhar um tempinho de conhecer um trineto!

No mesmo terreno um bom campo de voleibol e pra quem não sabe, fiquem sabendo que Arcoverde tinha um dos melhores times de vôlei da época e disputava a hegemonia no cenário estadual. Foi a evocação de Gerson que me despertou a lembrança do excelente time do Democrático, na época. Tinha um trio famoso de jogadores composto pelos irmãos Edson, Evaldo e Edvaldo que teriam lugar certo em qualquer time contemporâneo. Onde andarão os queridos amigos e suas famílias ?  Atenção, queridos amigos Cassiano e Brandão, jogando por Garanhuns você duelou com esse time de Arcoverde. Lembra os nomes de lá e de cá ?
Depois da casa de Dr. Coelho, ainda está lá de pé o Cine Teatro Rio Branco de propriedade de Dr. Pedrosa, então dentista da cidade e que não sei se deixou descendentes. Como todos os cinemas de todas as cidades, foi um marco na vida cultural da cidade. As clássicas matinês com os filmes de cauboy, acompanhados com um episódio das séries ansiosamente esperadas à cada semana, na medida em que cada uma terminava sempre (como as novelas de hoje) com um momento de suspense que se tornava  assunto dominante da semana, pela meninada, discutindo as prováveis soluções heroicas dos mocinhos.

Para variar, vez em quando, surgiam artistas diversos para se exibirem no palco e, até algumas companhias teatrais como a de Barreto Junior, com seus famosos “cacos” e “gagues” que levavam seus assistentes a um delírio. Existe um deles, muito famoso, que ouvi de Epaminondas França (pai de nossa Fernandinha), e como muito extenso, não cabe neste comentário. Fico devendo!
E os descendentes de Noé Nunes Ferraz, alguns deles queridos amigos de infância,  que era uma das mais expressivas figuras da cultura de “Rio Branco” ? Lembro, quando chegamos lá, ter encontrado ainda em alguns muros da cidade, uma quadrinha de propaganda de uma padaria que Noé possuiu antes de instalar o famoso “Bar e Sorveteria Confiança”: Dizia assim:

SALOMÃO REI DA CIÊNCIA/ NA FORÇA FOI O SANSÃO/ PADRE CÍCERO NA SAPIÊNCIA/ E NOÉ NUNES FERRAZ....NO PÃO!
Depois montou o bar e restaurante, caracterizado pela existência de cartazes com ditos jocosos, gaiatos que tenho alguns gravados na memória. No tempo em que rádio era uma preciosidade, alimentado à bateria de carro, por falta de energia elétrica regular, costumava-se dizer, ao invés de LIGAR o rádio, BOTAR o rádio. Preocupado com a integridade do seu precioso instrumento de comunicação para atrair os clientes, Noé fez um cartaz e colocou em baixo do rádio, suspenso numa prateleira: “TEM RÁDIO ? BOTE O SEU.  SE NÃO TEM, NÃO BOTE O MEU !...

Encontrei ainda no salão umas quengas de coco penduradas por barbante que Noé, quando interpelado sobre a natureza daqueles troços, respondia com firmeza: “TANTO VENDO COCO, COMO GOSTO DE GUENGA.” E caia na gargalhada.. Mas, as histórias de Noé dão um livro inteiro e irei escrevendo depois, na medida do possível. O único dos seus filhos de quem tenho notícia mais recente foi de Cleomadison, mas deve existir um montão de seus descendentes por aí.
Dona Alice, querida comadre de meus pais, com um bando de filhos que consideramos como irmãos: Alicinha, Zezé, Oton, Jones, Cleto e vai por aí afora. A última notícia que tive deles foi a presença de um filho de Jones, Jones Filho, morando e trabalhando em Garanhuns.

Já fiz, na crônica anterior, uma referência a Antônio Napoleão – um dos ícones dos meus tempos de menino até hoje – mas o que é feito dos seus descendentes , a começar pelo filho mais velho que tinha o nome do seu avô Sálvio Neto ? E os seus irmãos Euclides, Mario Caboré, Lucilo, Waldemar que marcaram a história de Arcoverde, o que é feito de suas famílias ?
James Pacheco, Alice e Jamildo, grande e fieis amigos de nossa família, com quem sempre mantivemos uma calorosa amizade. Clovis Padilha e querido amigo Cleto (tive notícias que morreu recentemente) parceiro da juventude também em Garanhuns, onde estudou. Foi o orador da homenagem na inauguração da Quadra Coberta do Colégio Cardeal, que tomou o nome do meu pai Zébatatinha. E seus descendentes que não temos ideia se existem e por onde andam ? 

Conheci Wilson Porto com toda sua paixão inarredável pela política, e recordo alguns dos seus descendentes, mas não tenho notícias deles recentemente. A grande figura de Dr. Carlos Rios advogado, jornalista respeitável e muito conceituado no Estado inteiro. Seu filho Ayron, companheiro de meu cunhado Áureo nos times de futebol do Democrático, e posteriormente eleito Deputado Federal representando Arcoverde.
Dr. Francisco Saboya, Engenheiro-Chefe do DNOCS, sua esposa D. Maria do Carmo, que com justiça deu seu nome ao Açude Poço da Cruz. Seus filhos Carlos José (Dedé), Fernando, Ricardo e Francisquinho foram meus contemporâneos e amigos de infância, de quem guardo muita recordação.

Dr. Abelardo Lôbo, Engenheiro-Chefe do Dnocs, também residente naquela casa que ainda está de pé e duas filhas Zezé e Gioconda, de quem não tenho notícias apesar de ter como nora/filha Marise, neta de Seu Alberto Lôbo, irmão de Dr. Abelardo.
Para não ficar muito extenso, por enquanto vou parando por aqui. As lembranças são muitas e a cabeça ferve de recordações!           

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